O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça-feira (1º) à tarde mais uma reunião para definir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,75% ao ano. Na quarta-feira (2), o comitê anuncia o resultado da reunião.
No primeiro dia das reuniões do Copom, os chefes de departamento apresentam uma análise da conjuntura doméstica, com dados sobre a inflação, o nível de atividade econômica, as finanças públicas, a economia internacional, o mercado de câmbio, as reservas internacionais e o mercado monetário, entre outros.
No segundo dia da reunião, só há participação, sem direito a voto, do chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas, dos diretores e do presidente do BC. Após análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para definir a Selic, os diretores e o presidente definem a taxa. Assim que a Selic é definida, o resultado é divulgado à imprensa. Na quinta-feira da semana seguinte, o BC divulga a ata da reunião, com as explicações sobre a decisão.
Na opinião de instituições financeiras consultadas pelo BC, a Selic deve subir 0,25 ponto percentual nesta reunião. No dia 26 de fevereiro, o Copom elevou a Selic pela oitava vez seguida. Nesse dia, a Selic subiu 0,25 ponto percentual, reduzindo o ritmo de ajuste que antes era 0,50 ponto percentual.
Além dessa elevação em abril, as instituições financeiras esperam por mais uma alta de 0,25 ponto percentual na Selic este ano. Assim, a taxa deve encerrar o período em 11,25% ao ano.
A expectativa de mais elevações na Selic ocorre devido à resistência da inflação. A taxa é um instrumento usado pelo BC para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Comitê de Política Monetária aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo. No entanto, a medida alivia o controle sobre a inflação.
O BC tem de encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Essa meta tem como centro 4,5% e margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Neste ano, o BC projeta inflação bem acima do centro da meta e pouco abaixo do limite superior (6,5%). A projeção, divulgada na última quinta-feira (27) no Relatório Trimestral de Inflação, é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 6,1%.