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Correios funcionam normalmente, apesar de greve

Mesmo com uma greve iniciadas pelos funcionários no fim da noite desta quarta-feira (29), os Correios manterão as agências abertas, com funcionamento normal, nesta quinta-feira (30), informou o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR). Segundo o órgão, as entregas devem ser realizadas, mas os serviços prestados pela empresa podem demorar mais que o habitual. A direção dos Correios diz que o impacto da paralisação "é muito baixo".

No estado, aderiram à greve trabalhadores de Curitiba, Ponta Grossa, Londrina e Cascavel. Em Maringá, onde também houve assembleia, os funcionários decidiram pelo estado de greve, que é o alerta para uma possível paralisação. Conforme o sindicato, a greve atinge todos os setores dos Correios, com adesão de carteiros a funcionários administrativos.

No início da manhã desta quinta-feira, o sindicato não tinha um levantamento que apontasse o nível de adesão à greve no Paraná. De acordo com o secretário de imprensa do órgão, Wilson Dombrovski, o primeiro dia de greve deve ser "tranquilo", já que a adesão dos servidores deve acontecer de maneira gradual.

Durante o dia, representantes do Sintcom vão se postar em frente à sede dos Correios em Curitiba, na Avenida João Negrão, para fazer atos de protesto e conversar com os trabalhadores.

Suposta alteração no plano médico motiva greve

Os funcionários decidiram entrar em greve porque contestam o suposto descumprimento do dissídio coletivo pelos Correios, com a criação do Postal Saúde, que é considerado pela categoria uma "terceirização" do plano de saúde dos trabalhadores.

Segundo Dombrovski, caso a nova forma de gerenciamento dos serviços médicos e odontológicos seja implantada pela empresa, os trabalhadores terão de pagar por exames e consultas – o que não ocorre atualmente.

O diretor explica, ainda, que os Correios não convocaram reuniões com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), instituição que representa os sindicatos da classe no país, para discutir a mudança.

"Pode piorar muito [a implantação do Postal Saúde]. Hoje somos beneficiários do nosso plano de saúde e não pagamos nada pelos serviços. Se mudar para o Postal Saúde, vamos ser associados, ou seja, teremos que pagar mensalidade, pagar consulta médica, pagar à parte por sessões de fisioterapia e exames de alta complexidade, por exemplo", diz o secretário.

Para Dombrovski, a possibilidade de migração na prestação dos serviços de saúde pode condicionar o atendimento médico e odontológico dos funcionários de acordo com o salário que recebem. "Hoje temos o mesmo serviço, a mesma qualidade seja para o carteiro ou para a presidência da empresa. Mas se mudar, só vai ter plano quem puder pagar", argumenta.

Outro lado

Por meio de sua assessoria de imprensa, os Correios informaram que, até o fim da manhã desta quinta-feira, não foi necessário tomar medidas de contingência, pois o impacto da greve é "muito baixo". Conforme o órgão, das 57 agências dos Correios distribuídas em Curitiba, 40 (cerca de 70%) são franqueadas, ou seja, não possuem trabalhadores vinculados ao Sintcom-PR.

Nas demais cidades onde foi deflagrada greve, o número de franquias dos Correios também é alto, o que diminui o impacto no atendimento. Em Londrina, das 22 agências, 12 são franqueadas; em Ponta Grossa, das 12 unidades, 5 são franquias. Já em Cascavel, a proporção é de 3 agências franqueadas para 9 próprias.

Quanto ao plano de saúde, os Correios informa que estão cumprindo o que foi acordado no Tribunal Superior do Trabalho (TST) a respeito do plano de saúde: "todos os atuais benefícios estão garantidos, inclusive dependentes cadastrados, porcentagem de compartilhamento, entre outros", diz a empresa.

A resposta dos Correios diz ainda que "a empresa tem se reunido mensalmente com os representantes dos trabalhadores de todo o Brasil na Mesa Nacional de Negociação Permanente, assim não há justificativa para paralisações". Segundo o órgão, de qualquer forma, a empresa têm preparado um plano de contingência que irá garantir a entrega de cartas e encomendas, bem como o atendimento nas agências, em caso de uma eventual paralisação.

A empresa ressaltou que não existe novo plano de saúde. "O plano de saúde dos Correios é o mesmo, não houve nenhum alteração. O que houve foi a constituição de uma operadora para o plano, que não mudou".

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