Os Correios definiram uma série de medidas para tentar minimizar os efeitos da greve dos servidores da estatal em quatro estados do país, que está marcada para começar nesta quinta (23) por tempo indeterminado. A paralisação atinge a distribuição em São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Tocantins e ocorre um dia antes da Black Friday, em que se espera um aumento no trânsito de mercadorias do país.
Segundo a federação que reúne os sindicatos locais destes estados, as unidades representam 60% do fluxo postal de encomendas e 40% do efetivo de funcionários de todo o país.
Em nota à Gazeta do Povo, os Correios afirmaram que, caso a paralisação seja realmente efetivada, pretendem contratar mão-de-obra terceirizada, realizar horas extras, deslocar empregados entre as unidades e prestar apoio de servidores da área administrativa.
Informações preliminares apontam, ainda, que a presidência da estatal estaria preparando uma nova proposta de acordo coletivo, que é apontada pela federação dos sindicatos como a causa da paralisação dos servidores. A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) foi procurada pela reportagem e ainda não comentou.
Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) apontam que a Black Friday deste ano deve bater recorde de vendas e faturar R$ 4,64 bilhões, um aumento de 4,3% em relação ao ano passado. Os Correios anunciaram, no começo desta semana, que vão dar um desconto de até 30% para o envio de encomendas no período (veja na íntegra).
Os Correios informaram ainda que assinaram neste ano, pela primeira vez em sete anos, um Acordo Coletivo de Trabalho que recupera mais de 40 cláusulas anteriormente extintas. O acordo inclui aumento linear de R$ 250 para a maioria dos funcionários, totalizando um aumento médio de 6,36% para mais de 71 mil empregados, com alguns alcançando um aumento de 12% a partir de janeiro de 2024.
Além do aumento salarial, a empresa lançou um programa de bolsas de estudo para funcionários de nível médio, já com mais de 1.140 inscritos. Outros benefícios do acordo incluem aumento imediato nos benefícios de 3,53%, abonos de R$ 1 mil em 2023 e R$ 1.500 em janeiro de 2024, reembolso creche/babá, licença paternidade de 20 dias, entre outros.
O acordo também reintegra cláusulas importantes, como o retorno da responsabilidade temporária dos Correios por multas de trânsito em veículos da empresa, licença maternidade de seis meses, auxílio-especial de até R$ 2.868,45, e abono saúde de 10 dias.
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