Com o fim da greve dos Correios, determinado pela Justiça, a empresa estima que, no Paraná, a normalização das entregas em atraso leve pelo menos dez dias para ser concluída, a partir desta quarta-feira (9). A decisão saiu nesta terça (8), mas os trabalhadores grevistas devem voltar ao trabalho apenas na quinta-feira (10). Com isso, 80% das encomendas em atraso devem ser entregues até o dia 11. Os 20% restantes têm previsão de entrega até 18 de outubro.
A assessoria de imprensa dos Correios informa que 92,42% dos trabalhadores compareceram aos seus postos de trabalho no estado nesta quarta. O número é obtido por meio do sistema de registro de presença eletrônico da companhia. O órgão informa que, até a tarde desta quarta-feira, 1,24 milhão de objetos postais estavam atrasados no Paraná.
Uma reunião em Brasília define se haverá necessidade de promover mais um mutirão no fim de semana para restabelecer as entregas. A princípio, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que os trabalhadores ampliem o expediente em duas horas por dia para normalizar a demanda acumulada. Uma definição sobre o assunto deve sair nesta tarde, segundo os Correios.
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Jurandir Damião da Silva, diz que nesta quarta ainda ocorre um ato como parte do movimento de greve. Alguns manifestantes se reúnem em frente à sede da João Negrão, em Curitiba, e devem permanecer no local até o meio da tarde. Mas, nesta quinta, segundo ele, todos os funcionários cumprirão a decisão judicial e voltarão normalmente aos seus postos. "Mas vamos continuar organizando o movimento, porque temos ainda outro julgamento. Nós entramos na Justiça contra os Correios, porque a empresa descumpriu um acordo coletivo do ano passado, fazendo estatuto do plano de saúde sem consultar os trabalhadores."
Dissídio coletivo
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) , em julgamento de dissídio coletivo, determinou nesta terça (8) que os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) voltem a trabalhar a partir desta quinta-feira (10). A decisão do TST manteve o reajuste oferecido pelos Correios de 8% nos salários mais 6,27% nos benefícios, além de um vale-extra de R$ 650,65. Em relação ao plano de saúde demandado pela categoria, o tribunal manteve os atuais direitos sem nenhum custo adicional, assim como ofertado pela empresa.
Pela decisão do TST, os dias parados terão de ser compensados. Para fazer a compensação, os funcionários terão que trabalhar duas horas a mais de segunda a sexta-feira pelo prazo de 180 dias de modo a normalizar a entrega de cartas e encomendas em todo o país. O expediente de sábado e domingo não será alterado.