O volume de objetos postais com entrega em atraso dos Correios do Paraná atingiu o volume recorde de 1,27 milhão ontem, 16.º dia da greve parcial dos funcionários da empresa. O número corresponde a pouco menos do que, em média, é entregue durante um dia normal no estado (1,5 milhão). As informações foram repassadas durante a manhã pelos Correios.
Para reverter os atrasos, ocorre no sábado e domingo, pelo terceiro fim de semana seguido, um mutirão de entregas em todo o estado. A estimativa dos Correios é de que 90,71% dos trabalhadores estejam trabalhando normalmente ou seja, 9,29% dos trabalhadores teriam aderido ao movimento. Já o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom) diz que 60% dos trabalhadores da área operacional estão parados.
Sem perspectiva de novas rodadas de negociação, a greve deve acabar apenas no dia 8 de outubro, quando haverá julgamento de um dissídio coletivo. Os Correios já encerraram as negociações na esfera nacional. O relator será o ministro Fernando Eizo Ono, que irá decidir se os trabalhadores deverão retomar as atividades, qual será o reajuste aplicado aos salários e como deverá ser a reposição dos dias parados.
Sem acordo
A greve dos funcionários dos Correios será julgada pelo TST porque a empresa e os trabalhadores não chegaram a um acordo em relação às condições de reajuste salarial. A empresa ofereceu um reajuste de 8% nos salários e 6,27% a mais nos benefícios, além de vale-extra de R$ 650 em dezembro e vale-cultura dentro das regras do programa do governo federal.
Enquanto o julgamento não ocorre, os grevistas paranaenses promovem atos públicos em diversas cidades como último recurso para tentar obter benefícios junto à empresa. Em Curitiba, o sindicato informou que 100 trabalhadores se reuniram na sede da Rua João Negrão, bairro Rebouças, e seguiram em direção à Rua Marechal Deodoro, no Centro.