Os correspondentes bancários de Curitiba tiveram um dia movimentado ontem. Com os bancários em greve, os estabelecimentos foram a única alternativa para muitos trabalhadores sacarem seu salário no quinto dia útil do mês. Nas lotéricas, o fluxo de pessoas foi ainda maior por causa das apostas para a Mega-Sena acumulada. Na rede de supermercados Condor, chegou a faltar dinheiro.
As lotéricas do Centro estavam entre as mais procuradas. O volume elevado foi constatado pela reportagem da Gazeta do Povo. Às 10 horas, em uma lotérica da Avenida Doutor Muricy, a quantidade de pessoas à espera de atendimento era o dobro do normal para um quinto dia útil comum, relatou a atendente Fernanda Casella, da Lotérica Muricy. Havia cerca de 30 pessoas na fila. "Ontem [quinta] o movimento também foi grande, mas um pouco menor. Hoje está fervendo", constatou em alguns setores, que consideram o sábado como dia útil, o depósito dos salários foi feito na quinta-feira, o que aliviou um pouco a demanda de ontem.
A auxiliar de serviços gerais Irene Cordeiro, 49 anos, costuma pagar as contas em lotéricas e ontem tomou um susto, por volta das 11 horas, com o tamanho da fila para pagar a fatura de luz. Ela afirmou que, geralmente, a espera é de no máximo cinco minutos para ser atendida, e que costuma haver mais de duas ou três pessoas à sua frente. Ontem, eram cerca de dez. "O transtorno é muito grande para as pessoas, principalmente para os idosos, que precisam enfrentar a fila. Mas, se não pagar, tem os juros", diz. A estudante de Administração Tatiane Moreira, 26 anos, costuma ir ao banco todo mês, mas ontem recorreu à lotérica. "Se as agências continuarem fechadas na semana que vem, terei de me programar para perder tempo em fila para pagar outras contas que estão vencendo", reclama.
Supermercado
Nos super e hipermercados da rede Condor que têm operação de postos do Bradesco e do Banco Popular, além de caixas eletrônicos 24 horas na maioria das 17 unidades em Curitiba e região metropolitana , o dinheiro acabou na manhã de ontem, segundo a assessoria de imprensa da empresa. A direção explica que a rede não pode ser responsabilizada pela falta de dinheiro e de reabastecimento dos caixas, e não havia estimativas de quantas pessoas deixaram de fazer saques, nem de quando os equipamentos seriam reabastecidos.