Corretoras e casas de câmbio estão oferecendo produtos financeiros com descontos e taxas de retorno mais altas que o habitual na Black Friday, nesta sexta-feira 927), data em que as principais lojas físicas e de e-commerce oferecem abatimentos nos preços.
Os valores promocionais são oferecidos para moedas estrangeiras e investimentos de renda fixa, como LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e CDBs (Certificados de Depósito Bancário), isentos de Imposto de Renda.
Grandes bancos de varejo como o Itaú também estão oferecendo valores promocionais em produtos financeiros para correntistas. Os descontos serão, em média, de 2% sobre o valor da moeda ao longo do dia. Nesta quinta-feira (26), o dólar fechou em R$ 3,74.
O consultor financeiro Erasmo Vieira, da Planilhar Planejamento Financeiro, acredita que não é o momento de comprar dólares. “A moeda já subiu demais em 2015 e só deve ser comprada por quem vai viajar”, afirma.
A casa de câmbio Confidence estendeu o período promocional para uma semana e oferecerá descontos em dólar, libra esterlina e euros, além de moedas como peso dominicano e dirham dos Emirados Árabes. Cerca de 20 moedas serão comercializadas.
Para efetuar a compra, é preciso informar o código promocional “BESTWEEK” no momento da finalização. É possível também comprar moeda pela loja online, e-mail, chat, telefone e em uma das lojas físicas da rede.
A Ourominas, que tem lojas no Paraná e em São Paulo, oferecerá valores mais baixos das 9h às 17h30 desta sexta-feira. A empresa afirma que irá “cobrir o preço da concorrência”, monitorando os valores cobrados por outros estabelecimentos pelo aplicativo do Banco Central e por meio de informações de clientes.
Os valores podem ser adquiridos pela central de atendimento, pelo site ou diretamente nas lojas.
A TOV Câmbio aposta no público que vai viajar ao exterior no final do ano e estenderá a oferta da última quarta-feira (25) à próxima segunda (30). A compra poderá ser feita pelo site ou por telefone em cidades como Curitiba, São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Vitória e Poços de Caldas.
Cautela
O consultor de planejamento financeiro Fabiano Calil aconselha que o investidor de pequeno e médio porte tenha cautela com a compra de dólares. “O investimento em moeda é de muita volatilidade, oscila muito. É um mercado precificado e que oscila tanto quanto o de capitais, o que faz com que o leigo possa perder dinheiro”, afirma.
A planejadora financeira Marcia Dessen acredita que dólares devem ser comprados apenas se há despesas a serem realizadas nesta moeda. “O dólar hoje custa R$3,76 e há um ano custava R$2,53, um aumento de 49%. A elevação da taxa de câmbio anula a vantagem”, afirma.
Renda fixa
A corretora carioca Órama venderá títulos de renda fixa como LCI (Letras de Crédito Imobiliário), com taxas de retorno de 99% do CDI (taxa média do empréstimo entre bancos, que remunera as operações de renda fixa) e prazo de um ano, LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) com taxa de 94% do CDI e prazo de 6 meses e CDB (Certificado de Depósito Bancário) com taxa de retorno de 123% do CDI e prazo de dois anos.
A aplicação mínima é de R$1 mil. “A Black Friday é excelente não só para captar, mas também para fidelizar investidores”, diz Habib Nascif, sócio-diretor da Órama Investimentos.
Calil aconselha que o investidor médio não coloque toda sua poupança em um único aporte. “Para todo ativo de mais retorno, há mais risco”, afirma.
A paulista Easynvest oferece, desde o início do mês, investimentos em renda fixa também com remuneração um pouco mais elevada do que o habitual.
Há títulos de CDB para 2017 (770 dias) pagando 123% do CDI, com investimento mínimo de R$ 8 mil, LCA de 180 dias pagando 90% do CDI, com mínimo de R$100 mil e LCI de 365 dias, pagando 98% do CDI, com mínimo de R$ 10 mil.
Nenhum deles sofre cobrança de IR.
Vieira aponta que não é boa ideia contrair empréstimos para fazer esse tipo de investimento. “Também não devem ser a única reserva do investidor, que deve avaliar outros custos embutidos”, diz.
O sócio-diretor da Easynvest informou que aplicações de até 250 mil reais por instituição financeira são garantidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) se o banco emissor do título quebrar.
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