A Petrobras pode, por determinação do governo, manter inalterado em US$ 224 bilhões o seu plano de investimentos até 2015, contrariando expectativas de analistas do setor que previam um aumento para, no mínimo, US$ 268 bilhões. É uma forma de tentar reduzir despesas, alinhando a estatal à estratégia de corte de gastos públicos.
O novo plano estratégico da companhia seria divulgado na sexta-feira, com o balanço financeiro de janeiro a março, que apontou lucro recorde trimestral de R$ 10,985 bilhões. Mas o conselho de administração da estatal não chegou a um consenso sobre a proposta, que será novamente discutida na próxima semana.
O valor para o período de 2011 a 2015 pode ser o mesmo do plano de 2010-2014, mantendo a média anual, mesmo com novos projetos. Isso significa que o governo cobra da Petrobras redução de custos nos empreendimentos. Toda a diretoria da Petrobrás viajou ontem para São Paulo, onde estava o ministro da Fazenda, Guido Mantega, presidente do conselho, para detalhar os resultados da estatal.
O lucro, que veio acima das projeções do mercado financeiro, representou alta de 42% em relação ao mesmo período do ano passado e foi atribuído a quatro fatores básicos: aumento do preço do petróleo nacional (29% em dólares); aumento da produção de petróleo e gás, com a contribuição dos campos do pré-sal; elevação das vendas de gás natural; e melhor resultado financeiro (R$ 2,723 bilhões), decorrente dos ganhos cambiais sobre o endividamento, refletindo a valorização do real ante o dólar.
Somente no primeiro trimestre deste ano, os investimentos da Petrobrás totalizaram R$ 15,871 bilhões, com destaque para os recursos destinados às atividades de exploração, produção e refino de petróleo e gás que, juntas, responderam por 83% do volume total investido.
A área de exploração e produção consumirá a maior parte dos recursos do plano estratégico. O plano atual prevê a aplicação de US$ 118 bilhões ao segmento, mais da metade do volume total previsto para a empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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