Brasília (AE) O Ministério da Fazenda resiste ao corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do material de construção. Devido à falta de acordo entre a pasta e o Ministério das Cidades, o pacote de medidas voltadas à habitação só deverá ser anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início da próxima semana. Segundo técnicos envolvidos na negociação, a Fazenda está preocupada com a perda de arrecadação que o corte do IPI sobre a cesta básica da construção pode trazer. Os técnicos da Receita desconfiam que, com essa medida, o governo perderá receitas sem que a população seja beneficiada de forma perceptível. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), Paulo Safady Simão, acha que essa preocupação é válida. "Mesmo se você zerar todo o IPI, o que dificilmente o governo fará, o impacto é de cerca de 3% no valor de um imóvel entre R$ 25 mil e R$ 28 mil", argumentou. O empresário disse ter ouvido rumores que o governo estaria estudando a desoneração tributária do lucro obtido pelas construtoras na venda de casas populares.
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