R$ 175,30 é o custo para o milheiro de notas de R$ 2 da segunda família do real. Na primeira família, o gasto com a mesma quantidade dessas cédulas foi de R$ 172,84. No caso da nota de R$ 5, o custo do milheiro foi de R$ 178,92, ante R$ 165,73 na primeira etapa.
O corte de R$ 600 milhões no orçamento para produção de dinheiro pode atrasar a reposição das notas desgastadas e danificadas pelo uso por novas cédulas, disse ontem o diretor de Administração do Banco Central, Altamir Lopes.
Os recursos previstos para a fabricação de notas e moedas neste ano foram reduzidos dentro do corte de despesas R$ 10 bilhões anunciado na semana passada pelo governo federal. O objetivo do corte é diminuir a demanda na economia, ajudando o BC na contenção da inflação.
Segundo Lopes, a restrição orçamentária pode atrasar a produção de novas cédulas, o que adiaria a reposição de notas desgastadas pelo uso. "Isso não trará evidentemente falta de dinheiro. O que pode ocorrer é um pouco mais de atraso no recolhimento do dinheiro antigo, do dinheiro em condições um pouco piores. Mas, sem dúvida, sem perda de segurança".
Lopes comentou o assunto durante o lançamento das das novas cédulas de R$ 2 e de R$ 5, que começaram a circular ontem. Foram produzidas 75 milhões de notas de cada valor.
Camada antissujeira
As novas cédulas terão uma camada de verniz para protegê-las da sujeira e impedir o desgaste rápido das notas, que são as mais manuseadas por serem de baixo valor.
Segundo Lopes, a substituição das cédulas antigas está mais adiantada nas notas de maior valor, cujas novas versões saíram há três anos. Segundo o diretor do BC, 71,3% das cédulas de R$ 100 e 63,8% das de R$ 50 foram trocadas. Quanto às notas de R$ 20 e de R$ 10, já foram substituídas 31,3% e 36,9%, respectivamente.
Além da proteção contra a sujeira, as novas cédulas trazem elementos adicionais de segurança, como número escondido, marca-dágua e alto-relevo, já presentes nas de R$ 50 e R$ 100 e de R$ 10 e R$ 20.
Segurança
Falsificação do real ainda é maior que a do dólar e do euro
Agência Estado
O nível de falsificação de cédulas no Brasil caiu nos últimos anos e está em patamares baixos na comparação internacional, segundo o Banco Central. Mesmo assim, ainda é superior ao verificado em relação ao dólar norte-americano e ao euro.
Em 2012, foram apreendidas 513 mil cédulas falsas do real, 2/3 da primeira família e 1/3 da segunda. Isso representa 92 notas por milhão em circulação. Em 2003, eram 197 por milhão. No dólar e no euro, o nível da falsificação é em torno de 50 por milhão. Na libra esterlina, por outro lado, chega a 150 por milhão.
O BC atribui a queda à ação da Polícia Federal e aos cuidados da população na hora de verificar a autenticidade do dinheiro. O ambiente econômico atual favoreceu os investimentos feitos pelo governo em tecnologias para evitar falsificação, segundo o BC. "Não faria sentido em período de hiperinflação estar investindo em elementos de segurança", disse, durante entrevista coletiva. "Isso é absolutamente necessário em um sistema com mais solidez. Precisamos nos antecipar aos falsários", explicou o diretor do BC, Altamir Lopes.
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