Em uma decisão amplamente esperada pelo mercado, o Federal Reserve (BC americano) cortou em US$ 10 bilhões sua injeção mensal de recursos na economia dos EUA, através da compra de títulos públicos a cifra passou de US$ 75 bilhões para US$ 65 bilhões mensais. Refletindo a expectiva de corte, o dólar fechou em alta pelo sétimo dia seguido e atingiu seu maior valor em mais de cinco anos.
Em dezembro, o Fed já havia feito um corte na mesma proporção, o primeiro desde 2009, quando adotou a medida de estímulo para amenizar os efeitos da crise. Com o corte no estímulo, fica menor o volume de recursos disponíveis nos EUA para investimento em outros mercados incluindo emergentes, como o Brasil. Diante da perspectiva de menor entrada de dólares por aqui, o preço da moeda americana tende a subir mais em relação ao real.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,35%, para R$ 2,435, o maior preço de fechamento desde 9 de dezembro de 2008 (R$ 2,457). O dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,41%, a R$ 2,437, maior valor desde 21 de agosto do ano passado (R$ 2,451), quando o Banco Central do Brasil adotou seu programa de intervenções diárias no câmbio.
"O motivo que levou o Fed a tomar a decisão do corte no mês passado [melhora econômica] foi o mesmo que ele considerou neste mês. A autoridade voltou a dizer que a retirada do estímulo será gradual, o que é positivo para os emergentes", diz Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
Alta dos juros
O mercado também repercutiu a ação do banco central da Turquia, que elevou a taxa de juro de 7,75% para 12% ao ano numa tentativa de evitar fuga de investidores e estancar a desvalorização de sua moeda. A Índia também subiu, em 0,25 ponto porcentual, sua taxa de juro, para 8%.
Ontem, foi a vez de o banco central da África do Sul elevar a taxa de juros pela primeira vez em quase seis anos. A taxa subiu em 0,5 ponto porcentual para 5,5% ao ano. Mesmo com essas medidas, as moedas de países emergentes voltam a se desvalorizar ontem.