Os cortes dos últimos três meses em Campo Largo aprofundam uma espécie de "trauma" do município de 100 mil habitantes, que viu a montadora Chrysler fechar as portas em 2001 e deixar sem emprego 250 pessoas, apenas três anos após o início da produção. Curiosamente, seu terreno foi ocupado em seguida pela TMT Motoco, que atualmente está em processo de recuperação judicial.

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O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, João Batista de Souza Filho, afirmou que a prefeitura não foi comunicada oficialmente dos cortes na Tritec, e que vinha acompanhando a evolução da crise apenas por meio da imprensa. Disse que as demissões preocupam, mas minimizou seus impactos. Segundo ele, a situação não é "culpa de Campo Largo", e sim uma coincidência de fatores externos que afetam empresas instaladas no município.

Sem citar nomes ou números, Souza Filho afirmou que a prefeitura tem sido procurada semanalmente por diversas empresas, em razão de sua localização estratégica e da boa infra-estrutura. No entanto, o único grande investimento anunciado no município nos últimos tempos é o da suíça Sig Combibloc, fabricante de embalagens longa vida. A empresa prevê investir aproximadamente R$ 260 milhões e gerar 250 empregos diretos e 750 indiretos.

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Adriano Carlesso, presidente do Sindimovec, criticou os governos municipal, estadual e federal. Para ele, a prefeitura e o estado falham por não ter estratégias de atração de empresas para a região. Carlesso também culpou o governo federal pela desvalorização do dólar, que afetou grandes empresas da cidade – TMT e Tritec exportavam toda a produção, e a Porcelana Schmidt foi prejudicada pela concorrência chinesa. (FJ)