Maior exportador de carne bovina do mundo, o Brasil importa 14 mil toneladas ao ano, mostram dados da Secretaria de Comércio Exterior. A explicação do setor é que a produção de carnes especiais ainda é insuficiente para suprir os consumidores ávidos por um churrasco macio e saboroso. Esse filão fomenta projetos como o da construção de um frigorífico de R$ 16 milhões pela Cooperaliança, a partir do segundo semestre deste ano, em Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná.
Formada em 2007, a cooperativa depende de frigoríficos de terceiros para lançar a produção dos associados no mercado, o que encarece a carne, já famosa na região e em Curitiba. Não faltam clientes também em outros estados, apostam os integrados, mas por enquanto o alimento tem inspeção para comercialização apenas no Paraná.
Planos
A promessa é que o projeto torne a carne mais barata para o consumidor final, mas a pressão da demanda tende a crescer. O novo frigorífico, que deve entrar em operação em 2015 com 120 empregos diretos, buscará inspeção federal, para vendas em outros estados e também para exportação.
"Hoje a nossa produção tem compra certa, mas precisa passar por terceiros. Com o frigorífico próprio, teremos condições de administrar os cortes, reduzir custos para o consumidor final", diz o agropecuarista Gibran Araújo, de Candói, na região de Guarapuava.
Filão atestado
A carne bovina da Cooperaliança vem de fazendas de apreciadores que tradicionalmente mantinham algumas cabeças de gado para consumo próprio. Cruzamentos com o gado angus permitiram produção em maior escala e fez de pequenos plantéis um negócio promissor. As perspectivas da atividade atraem ninguém menos que o presidente da maior cooperativa agroindustrial da América Latina, a Coamo.
No comando da empresa gigante, José Aroldo Gallassini é o mais ilustre associado da cooperativa de carnes de Guarapuava. "Sou cooperado desde o ano passado e estou confiante. Vamos ampliar a produção daqui para a frente. Existe um mercado muito promissor para a carne de qualidade", afirma o executivo.
Neste ano, devem ser abatidos 15 mil cabeças, na média de 280 quilos.