Com picos de R$ 2,22 no fim de 2012, o dólar turismo, que ontem fechou em R$ 2,10, usado para compra de moeda em espécie e para a conversão de muitos produtos do setor, mexeu com o orçamento de quem está planejando as férias de verão. "O fim do ano coincide com o envio de dividendos das multinacionais para fora e também pelo aumento da demanda provocada pelo turismo. Em um mercado sensível, qualquer movimentação no mercado externo também afeta a cotação aqui", explica Alessandro Catenaci, sócio-proprietário da agência e casa de câmbio Soviagem, em Curitiba.
Por balizar contratos internacionais e a balança comercial, entre outros setores, o dólar é parte importante da política monetária nacional. Mercado e governo testam limites da cotação para ajustar a liquidez da moeda. Para se proteger dessas altas, quem está de viagem marcada precisa de planejamento e estratégia.
"Não há como cravar que o dólar vai aumentar ou diminuir, muito menos prazo para que isso ocorra. Comprando aos poucos, o consumidor consegue economizar. Se a cotação cair na próxima compra, ele pode até conseguir mais dólares do que pretendia", explica João Malinoski, consultor da OM Câmbio, de Curitiba.
A movimentação do mercado ainda deve manter a cotação em viés de alta até o fim de janeiro, segundo Catenaci. Por isso, se o volume total necessário for muito alto, acima de US$ 2 mil, ele aconselha fracionar a compra. Para guardar o dinheiro em segurança, os consultores indicam o cartão de débito pré-pago. "Ele é recarregável, funciona como dinheiro lá fora e evita taxas altas do IOF cobradas no cartão de crédito", explica Malinoski.
Mercado vinculado
Totalmente dependente da cotação, as agências de viagens ganham e perdem na medida em que a moeda americana sobe ou cai. É a lógica do mercado de turismo, seja no Brasil, ou em qualquer país ao redor do mundo, quase tudo é cotado em dólar.
De acordo com a empresária Adriana Marin, proprietária da agência curitibana Jet Operadora Turística, por causa da alta do dólar, muitos clientes deixaram de adquirir pacotes em dezembro. "Com a [possível] queda, o movimento deve dobrar em janeiro. A cotação influencia. Só quem tem necessidade viaja, caso contrário, adia", explica ela, que tem 26 anos de experiência como agente de viagens.