Vários clientes adiaram viagens na Jet, agência de Adriana Marin, por causa do dólar alto| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Estratégia

Comprar moeda estrangeira faz parte do planejamento da viagem internacional. Algumas dicas ajudam a aproveitar bem os recursos.

Compra fracionada

Dependendo do montante total, consultores orientam para que as compras sejam feitas em parcelas. Assim, forma-se uma cotação média, que pode resultar em mais dólar comprado dentro de um mesmo orçamento.

Negociação

As taxas do dólar turismo, usado para compra da moeda em espécie, são flutuantes. Vale a pena pesquisar entre as casas de câmbio. Quanto maior o volume também, melhor a negociação da taxa.

Cartão pré-pago

A forma mais segura e prática de carregar moeda estrangeira no bolso. Pode ser recarregado a partir do país de origem e cancelado em caso de roubo, sem prejuízo do saldo. O carregamento pode ser feito em dólar e a conversão é automática para a moeda do destino. Cobra US$ 2,50 (ou 2,50 euros) por saque.

Reserva

Um pouco de papel-moeda é importante para pequenas despesas iniciais no destino. A dica é distribuir o dinheiro, cartão e passaporte em diferentes compartimentos na mochila e bolsos. Assim, o viajante não chama atenção ao retirar volumes de notas e moedas dos bolsos para pagar contas corriqueiras.

CARREGANDO :)

Com picos de R$ 2,22 no fim de 2012, o dólar turismo, que ontem fechou em R$ 2,10, usado para compra de moeda em espécie e para a conversão de muitos produtos do setor, mexeu com o orçamento de quem está planejando as férias de verão. "O fim do ano coincide com o envio de dividendos das multinacionais para fora e também pelo aumento da demanda provocada pelo turismo. Em um mercado sensível, qualquer movimentação no mercado externo também afeta a cotação aqui", explica Alessandro Catenaci, sócio-proprietário da agência e casa de câmbio Soviagem, em Curitiba.

Por balizar contratos internacionais e a balança comercial, entre outros setores, o dólar é parte importante da política monetária nacional. Mercado e governo testam limites da cotação para ajustar a liquidez da moeda. Para se proteger dessas altas, quem está de viagem marcada precisa de planejamento e estratégia.

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"Não há como cravar que o dólar vai aumentar ou diminuir, muito menos prazo para que isso ocorra. Comprando aos poucos, o consumidor consegue economizar. Se a cotação cair na próxima compra, ele pode até conseguir mais dólares do que pretendia", explica João Malinoski, consultor da OM Câmbio, de Curitiba.

A movimentação do mercado ainda deve manter a cotação em viés de alta até o fim de janeiro, segundo Catenaci. Por isso, se o volume total necessário for muito alto, acima de US$ 2 mil, ele aconselha fracionar a compra. Para guardar o dinheiro em segurança, os consultores indicam o cartão de débito pré-pago. "Ele é recarregável, funciona como dinheiro lá fora e evita taxas altas do IOF cobradas no cartão de crédito", explica Malinoski.

Mercado vinculado

Totalmente dependente da cotação, as agências de viagens ganham e perdem na medida em que a moeda americana sobe ou cai. É a lógica do mercado de turismo, seja no Brasil, ou em qualquer país ao redor do mundo, quase tudo é cotado em dólar.

De acordo com a empresária Adriana Marin, proprietária da agência curitibana Jet Operadora Turística, por causa da alta do dólar, muitos clientes deixaram de adquirir pacotes em dezembro. "Com a [possível] queda, o movimento deve dobrar em janeiro. A cotação influencia. Só quem tem necessidade viaja, caso contrário, adia", explica ela, que tem 26 anos de experiência como agente de viagens.

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