Curitiba – As fortes oscilações na cotação do petróleo são causadas por fatores como as tensões no Oriente Médio, maior região produtora do planeta, expansão do consumo em países emergentes e pela especulação no mercado. Uma quarta causa, de longo prazo, é o aumento dos custos de extração do óleo – as reservas encontradas hoje ficam em áreas de difícil acesso e, muitas vezes, onde o risco de problemas ambientais é maior.

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Para Alex Agostini, economista-chefe da Global Invest, a causa imediata das variações bruscas no preço do petróleo é a entrada em peso de investidores no mercado. Como as taxas pagas pelos principais títulos da dívida dos Estados Unidos (os treasuries de dez anos) estão muito baixas, em torno de 4,16% ao ano, fundos de investimento procuram alternativas mais rentáveis. Trabalhar na compra e venda de contratos de petróleo e outras commodities é uma das opções.

"Os fundos se posicionam muito rápido, comprando e vendendo, de acordo com as notícias do dia. Isso não reflete uma tendência de longo prazo", afirma Agostini. Na opinião do economista, o petróleo deve ficar pressionado pelo menos até o primeiro trimestre de 2006. Até lá, os juros pagos pelos títulos americanos devem subir o suficiente para reduzir a volatilidade das commodities.

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Uma maior estabilidade na cotação do petróleo facilitaria a elaboração da política de preços da Petrobrás. Existem no mercado diversas previsões sobre o futuro do preço do óleo, mas não há consenso. Algumas consultorias trabalham com um valor em torno de US$ 100, o que não significa que há razões para este ser um novo patamar. "A especulação forte vai continuar por algum tempo", diz o analista do setor de petróleo Celso Boin Júnior, da Link Corretora.

O analista concorda com a posição da Petrobrás sobre o reajuste dos combustíveis no Brasil, pois não é possível ver ainda qual será o nível de preço do petróleo no longo prazo. "Os mercados estão estressados porque existe o medo da escassez. O consumo cresce e as novas reservas são em regiões como o Canadá e o Alasca, onde provavelmente será mais caro extrair petróleo", explica Boin. Por isso, ao mesmo tempo em que não é possível ver as variações do dia-a-dia como uma tendência clara, é pouco provável que o óleo volte à cotação de US$ 20, de três anos atrás.