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Crédito

Credipar aposta na baixa renda para crescer

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A financeira paranaense Credipar aposta no comércio de baixa renda para consolidar os planos de aumentar seu faturamento em 60% neste ano frente aos R$ 140 milhões obtidos em 2006 – só nos primeiros três meses de 2007, o avanço foi de 40%. Em agosto a empresa conclui o investimento de quase R$ 2 milhões que vem fazendo desde março, principalmente em informática e na mudança da sede, saindo do centro de Curitiba para o bairro Seminário. Também neste ano a financeira entra nos mercados mineiro e matogrossense, e tem planos de se instalar, ainda no segundo semestre, no Rio Grande do Sul. "Neste momento, estamos sacrificando resultados para investir em qualidade. A idéia é estarmos bem preparados para o futuro", explica o presidente Orlando Otto Kaesemodel Filho.

O crescimento, diz ele, deverá ocorrer justamente na "sombra" deixada por grandes financeiras, que não conseguem contemplar os pequenos lojistas voltados às classes mais populares. E é impulsionado pelo desempenho do sistema financeiro nacional, com aumento dos volumes de crédito às empresas e, principalmente, à pessoa física. "A baixa renda está consumindo bastante, e o juro está caindo. Isso com certeza atrai os clientes", avalia Kaesemodel Filho.

Ele explica que as grandes financeiras e bancos não têm as mesmas condições de negociar com clientes pequenos, em parte por falta de flexibilidade nas taxas, mas também pelo atendimento prestado às empresas. A Credipar, por exemplo, não pretende mudar a postura de atuar como parceira de seus clientes, desenvolvendo soluções adaptadas à realidade das cidades e da população onde atua. "Com o tamanho que nós temos, é possível sentar com o lojista. Quando uma rede nos convida para uma visita, eu vou pessoalmente para ‘bater um papo’. O presidente de um banco não faz a mesma coisa", afirma.

O estilo "simplório" da financeira tem rendido bons frutos, tanto na área de crédito às lojas, com linhas de financiamento para capital de giro, quanto no segmento de crédito ao consumidor. Neste último, o cartão de crédito para a baixa renda tem sido a grande aposta. "Tem crescido muito e vai crescer ainda mais. Mas nosso tipo de lojista não atende às classes A e B."

Um exemplo é o recém-lançado cartão de crédito da Associação de Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac), nos Campos Gerais, que chega para substituir a tradicional "caderneta" da loja de materiais – quando o cliente pede "um saco de cimento de manhã e um metro de areia à tarde", e paga tudo no fim do mês. "Agora ele pode comprar tudo dentro do limite de crédito que nós concedemos, e no fim do mês recebe a fatura em casa", afirma o presidente.

Uma parceria semelhante foi firmada em São José do Rio Preto (SP), com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). O cartão CDL com bandeira Credipar é aceito em lojas populares da região, como Meio Preço, Rio Modas, Lojas Lívia e A Ideal.

Hoje, 14% das operações da Credipar estão no ramo de cartões, e outros 78% no Crédito Direto ao Consumidor (CDC). A empresa faz aproximadamente 60 mil análises de crédito por mês, e financia cerca de 30 mil compras em 1,5 mil postos de venda no país.

Fundada há dez anos, a Credipar é o braço financeiro do grupo Negresco, com empresas no ramo de logística, de rastreamento (Sascar), reflorestamento, locação de materiais de escritório e telefonia, entre outras.

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