Triplicar a receita, aumentar o quadro e expandir a atuação para a América Central e a Europa. Estas são algumas das metas que a fintech de crédito Creditas, que oferece empréstimos pessoais com garantia, planeja alcançar ainda em 2019. O impulso para elas virá do aporte de US$ 231 milhões (cerca de R$ 900 milhões), anunciado nesta quarta-feira (10) e liderado pelo SoftBank Vision Fund e SoftBank Group Corp., cujo investimento deverá ser transferido para o novo fundo do SoftBank Latin America. Os atuais investidores da fintech, Vostok Emerging Finance, Santander Innoventures e Amadeus Capital, também participaram da rodada.
A expansão da carteira de produtos e serviços oferecidos aos clientes e investimentos em tecnologia também estão no horizonte da plataforma de empréstimos, como destaca Miguel Rodrigues, CFO da Creditas. "Na última rodada, nossa avaliação estava em US$ 250 milhões. Agora, com o aporte, vai passar a UD$ 750 milhões", acrescenta. Em entrevista à Gazeta do Povo, Rodrigues dá detalhes sobre a transação e os planos de aceleração do negócio. Confira!
Pode resgatar o histórico deste aporte?
Nós começamos falando com o SoftBank no início deste ano, em janeiro. A negociação foi relativamente simples, foi mais o [trâmite] habitual de assinatura de contrato, de [definição] das cláusulas. Não acho que demorou mais do que o habitual. Basicamente, agora estamos prontos para o próximo capítulo da empresa.
No último ano [2017-2018] crescemos a receita em cinco vezes. Para 2019, temos o objetivo de crescê-la três vezes, e queremos manter este crescimento durante os próximos três anos. Este aporte de capital vai nos ajudar neste crescimento.
Como vai acontecer este crescimento?
O primeiro ponto é continuar oferecendo uma experiência incrível ao nosso cliente. Atualmente temos dois produtos: home equity e auto equity, com taxas bem baixas de mercado (estamos oferecendo 0,99% ao mês para o home equity e 1,59%/mês para o auto equity).
Depois, estamos olhando para a expansão para novos produtos e mercados. Queremos [oferecer] financiamentos de automóvel e de imóvel, estamos olhando para empresas do setor de consignados privados, e também para a expansão para outro país, o México, ainda para este ano. Ele tem um mercado semelhante ao do Brasil, então pensamos que o produto da Creditas faz muito sentido lá.
Temos um último ponto, que é a parte de tecnologia. Estamos abrindo nos próximos dois meses um escritório em Valência, na Espanha, focado em tecnologia.
Por que a opção pela Espanha para o escritório focado em tecnologia?
Existe muita demanda no cenário de tecnologia do Brasil. Nós não somos os únicos investindo fortemente em tecnologia, e existe um número limitado de desenvolvedores. Achamos que Valência é um polo tecnológico, que tem uma boa universidade de tecnologia e é um mercado onde poucas empresas [estão à procura] de desenvolvedores. Tentamos mapear os grandes centros de tecnologia do mundo e Valência tem um custo de vida relativamente baixo, os salários não são tão altos como, por exemplo, em Barcelona e Madrid, e [a cidade concentra] bastante talentos. Então, estamos fazendo um [investimento] para ter um bom time de desenvolvedores lá até o final do ano.
E quais são os planos para o México?
O objetivo não é muito diferente do que fazemos aqui: oferecer as taxas de juros mais baixas do mercado para os clientes mexicanos com produtos semelhantes aos que temos no Brasil, sobretudo os financiamentos com garantia. [A oferta dos produtos] ainda não está totalmente definida, pois vai depender das parcerias e conversas que teremos nos próximos meses, mas estamos abertos a entrar com os dois [financiamento com garantia e de aquisição].
Pode falar sobre as metas de expansão do quadro de funcionários?
Atualmente, temos 750 funcionários no Brasil. Queremos fechar o ano com 1 mil funcionários. Aí, já haverá uma porcentagem em Valência e no México, mas a maior parte ainda no Brasil.
A partir de quando as novas linhas de produtos estarão disponíveis? Pode dar detalhes sobre elas?
Diria que até o final do ano. Não podemos falar sobre preços e condições porque ainda não estamos neste estágio, mas a ideia é desenvolvê-las para, até o fim deste ano, tê-las no mercado.
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