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Crédito aquecido: cresce o número de brasileiros com prestações a pagar

A Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) apontou que houve um aumento de mais de 3 pontos percentuais no número de pessoas que pagavam algum tipo de prestação, de fevereiro de 2012 para fevereiro deste ano. A conclusão consta de pesquisa feita com mil pessoas, em 70 cidades brasileiras de nove regiões metropolitanas. No ano passado, 44% das pessoas que responderam à pesquisa estavam endividadas. Em fevereiro passado, o percentual subiu para 47,4%.

O economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos, explicou que o resultado mostra o percentual de endividados já que qualquer pessoa que toma um empréstimo, efetivamente, tem uma dívida. "Endividado não quer dizer inadimplente. Endividado é a pessoa que tem uma dívida, que tomou um financiamento".

Segundo ele, o aumento tem a ver com o mercado de trabalho, que continua gerando vagas, e com as medidas do governo para manter a economia aquecida, tais como a desoneração de produtos como automóveis, móveis, eletrodomésticos da chamada linha branca (fogão, tanquinho, geladeira e máquina de lavar roupa) e material de construção civil. "É uma estratégia [do governo]. E o mercado de trabalho, apesar de ter desacelerado, permaneceu gerando acima de 1 milhão de vagas, com carteira assinada, que também é um componente importante para a tomada de crédito".

Além disso, o economista lembra que houve melhora do orçamento das famílias e também dos níveis de inadimplência. "Os ganhos extras de renda, permitidos pela carteira assinada, ajudam o consumidor a quitar dívidas."

A pesquisa também revelou que a inadimplência nos parcelamentos caiu 5,8 pontos percentuais, passando de 15,9% em fevereiro de 2012 para 10,1% em fevereiro deste ano. Esse é o menor patamar de inadimplência em prestações para o mês de fevereiro desde 2010. "É sinal que o brasileiro aproveitou esse período de incentivos fiscais, de redução dos juros e de manutenção do aquecimento do mercado de trabalho para honrar dívidas e tomar financiamentos".

Os produtos mais parcelados em fevereiro passado foram artigos de vestuário (30,4%), eletrodomésticos (26,6%), móveis (17,4%), artigos eletrônicos (16,8%) e veículos (12,3%).

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