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Pouco conhecida no país, a modalidade de empréstimo que aceita casas, terrenos e até salas comerciais em garantia está crescendo notavelmente como uma fonte mais barata de recursos para a realização de projetos pessoais, incluindo a abertura e a ampliação de pequenos negócios. Enquanto os grandes bancos cobram juros mensais a partir de 2,5% no crédito pessoal, as taxas do empréstimo com garantia de imóvel vão de 1,4% a 1,6%.

Entre os usuários desse tipo de operação estão compradores de imóveis, que usam o empréstimo para dar a entrada de um apartamento na planta e, assim, podem continuar morando no antigo enquanto esperam a conclusão das obras. E pessoas endividadas, que deixam para trás juros altos, como os do cartão de crédito e do cheque especial.

"Esse produto não foi lançado exatamente como um substituto do crédito pessoal tradicional, mas para permitir que o brasileiro usufrua do seu patrimônio sem precisar se desfazer dele", explica Elyseu Mardegan Junior, diretor da BM Sua Casa, financeira especializada na ferramenta. A carteira da empresa deve fechar 2011 em R$ 1,5 bilhão, um aumento de cinco vezes ante os R$ 300 milhões de dois anos atrás.

Esse empréstimo, entretanto, não é adequado para todas as situações, levando-se em conta que a transação é de longo prazo – cinco anos, no mínimo – e compromete uma propriedade importante. "Não é recomendável quando o objetivo é resolver uma emergência ou custear despesas cotidianas", alerta Humberto Teófilo, su­­perintendente da Caixa Econô­mica Federal, que viu esse crédito se multiplicar por 20, passando de R$ 70 milhões para R$ 1,7 bilhão, entre o fim de 2009 e este ano.

O interessado também precisa realizar um planejamento cuidadoso para se certificar de que terá condições folgadas de honrar as parcelas. Em caso de falta de pagamento, não havendo acordo para um refinanciamento, o imóvel penhorado vai a leilão. Des­contado o débito com o banco, a diferença fica com o inadimplente. A fácil execução da pendência, por causa da mudança do gênero do contrato de hipoteca para alienação fiduciária – que dá a posse do bem para a instituição financeira até a quitação –, ajuda a explicar em parte o atual crescimento da modalidade.

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