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O crédito cooperativo teve crescimento acima do esperado em 2021, superando com folga o avanço registrado por todo o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Dados divulgados pelo Banco Central em seu Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) mostram que o segmento segue aumentando sua representatividade e se manteve como o segmento com maior expansão de crédito no país.
Os ativos totais do SNCC atingiram R$ 459 bilhões em dezembro de 2021, com taxa de crescimento bastante superior ao do SFN: 23,5% ao ano para as cooperativas de crédito contra 7% no geral.
Outro termômetro: na comparação entre 2020 e 2021 o segmento acelerou avanços. A taxa de crescimento da carteira de crédito do SNCC, que era de 35% a.a. ao final de 2020, alcançou o pico de 42% a.a. em agosto de 2021, desacelerando nos últimos meses do ano. Já a carteira do Sistema Financeiro Nacional se estabilizou no patamar de 15% a.a. em 2021.
Mesmo em mais um ano marcado pela crise sanitária provocada pela pandemia de Covid-19, o cooperativismo de crédito deu seguimento aos processos de incorporações e continuou ampliando sua presença física no país, com aumento na quantidade de unidades de atendimento. Ao final de 2021, as cooperativas estavam presente em mais da metade dos municípios brasileiros.
Em abrangência, o país encerrou o ano com 5,4% da população associada a cooperativas de crédito, perfazendo um total de 13,6 milhões de cooperados, com destaque para o crescimento da representatividade de associados pessoas jurídicas, que correspondiam a 15% do total.
Em numerário, a carteira de crédito ativa do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo bateu R$ 315 bilhões e se manteve como o segmento do Sistema Financeiro Nacional com maior expansão de crédito (35,9% no ano). O avanço foi impulsionado pelo crédito rural a pessoas físicas e o capital de giro, refletindo o desempenho do agronegócio na economia e o foco de atuação das cooperativas junto a negócios de médio e pequeno porte.
Entre pessoas jurídicas, o capital de giro representa 53,8% da carteira ativa das cooperativas de crédito. A modalidade apresentou crescimento de 26,4% em 2021 na comparação com o ano anterior. Em termos de estoque, 93% dele está concentrado nas micro, pequenas e médias empresas.
Cooperativismo a favor do desenvolvimento econômico e regional
Segundo o BC, "o cooperativismo de crédito continua se destacando como relevante provedor de crédito aos seus associados pessoas físicas e jurídicas, com ênfase nas micro, pequenas e médias empresas, fator fundamental para promover concorrência e para a eficiência do Sistema Financeiro Nacional (SFN) como um todo".
A autoridade monetária destaca, ainda, "a importância para o desenvolvimento da atividade econômica, principalmente no interior do país", com "potencial de inserção em nichos do mercado, que permite oferecer produtos e serviços em locais remotos do país, contribuindo para o desenvolvimento regional".
Apesar de a presença física ter avançado em todo o país (com aumento de 9,9% de unidades entre 2020 e 2021), ainda há concentrações e vazios. Na região Sul, as cooperativas de crédito estão em 95% dos municípios. Na contramão, Norte e Nordeste têm presença bem menor, com 30,2% e 12,5%, respectivamente. Neste sentido, o Banco Central incluiu em sua agenda de evolução e inovação, a Agenda BC#, ações com o objetivo de fomentar o segmento, que ainda tem potencial para crescer e marcado por desigualdades regionais.
O Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo é divulgado anualmente, elaborado a partir das diversas informações coletadas das cooperativas de crédito e demais entidades que compõem o SFN, com dados agregados dos sistemas de Consolidação Contábil das Instituições Financeiras (Cosif), de Informações de Crédito (SCR), de Informações sobre Entidades de Interesse do Banco Central (Unicad) e outras bases de dados da autoridade monetária.
