A concessão de crédito imobiliário cresceu 30% no Paraná de 2011 para 2012. Foram 91.935 unidades e R$ 7,7 bilhões contratados em 2012 contra 72.514 unidades e R$ 5,91 bilhões disponibilizados no ano anterior. Os números positivos apresentados pelo banco são explicados pela estratégia comercial da empresa de baixar as taxas de juros, adotada em abril de 2012. "A intenção foi diminuir os juros e ganhar mercado, oferecendo mais crédito. Os números mostram que isso deu certo", avalia o superintendente regional da Caixa, Vilmar José Smidarle.
As linhas de crédito com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) alcançaram mais de R$ 3,05 bilhões, com 17.616 contratações. As operações do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e outras fontes de recursos somaram R$ 4,34 bilhões, com 49.978 unidades habitacionais.
A maior parte das unidades financiadas (68,6%) foi adquirida por famílias com renda de até seis salários mínimos. A predominância é do Minha Casa Minha Vida o que, segundo observadores, reflete uma característica clara do mercado da construção civil. "A demanda reprimida habitacional está concentrada nas famílias jovens que estão comprando o primeiro imóvel", analisa Lucas Dezordi, economista-chefe da Inva Capital, de Curitiba.
Para Smidarle, os próximos anos devem trazer resultados semelhantes: a concessão de crédito deve aumentar e o setor que lidera continua sendo a habitação. "Ainda temos muita demanda por construções e a pirâmide demográfica do país contribui para que, todos os anos, jovens passem a querer a casa própria. Por isso, pelos próximos 10 ou 12 anos é muito provável que essa equação continue funcionando", calcula.
O economista Fábio Tadeu Araújo, sócio da consultoria Brain, analisa o mercado pela mesma ótica. "A Caixa é o grande operador do governo para o programa de habitação e também para outras parcerias, como a concessão de subsídio para os governos. O banco deve liderar esse processo por um bom tempo", aponta.
Características
O perfil da carteira imobiliária da Caixa no Paraná reforça que quem financia pelo banco é jovem e está adquirindo o primeiro imóvel. De acordo com dados de 2012 da instituição, 73,7% dos clientes recebe até seis salários mínimos e 80,9% tem até 45 anos. "É o primeiro imóvel da classe média. Aquela pessoa que sempre morou de aluguel ou na casa de um parente e que não tinha acesso ao mercado, consegue comprar pelo financiamento do Minha Casa Minha Vida", diz Araújo.
