Caminhões
Sindicato e Volvo ficam sem acordo
André Lückman
A Volvo e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) não entraram em acordo sobre a proposta de suspensão temporária de contrato de trabalho. A empresa alega estar com 150 funcionários excedentes na produção, devido à baixa demanda no mercado de veículos comerciais, e tem a intenção de afastar temporariamente de 150 a 300 trabalhadores. A fábrica está operando com 70% da capacidade, e a produção diária está 35% inferior ao período pré-crise. De acordo com o diretor do SMC, Nelson Souza, a proposta da empresa foi rejeitada porque o sindicato entende que os novos incentivos do governo federal manutenção dos benefícios fiscais e ampliação do crédito para o consumidor garantiriam o emprego. "Aceitar o lay-off nessas condições seria o mesmo que usar o dinheiro do trabalhador contra ele mesmo", diz o sindicalista.
Na Bosch, cujos funcionários voltaram à empresa após duas semanas de dispensa, o SMC relatou que está sendo feito um inventário do estoque atual para que a produção de sistemas a diesel seja retomada na semana que vem.
São Paulo - As vendas recordes em junho e no primeiro semestre evidenciaram o efeito da retomada do crédito e da prorrogação de benefícios fiscais e levaram a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) a elevar suas projeções para 2009. A entidade, que antes esperava queda de 3,9% nas vendas internas, agora calcula um avanço de 6,4% com a negociação de 3 milhões de unidades. Houve melhora também nos prognósticos para a produção, que deve cair 5,2%, para 3,05 milhões de unidades. Antes, a Anfavea esperava baixa de 11,1%.
Ontem a entidade divulgou que as vendas de veículos no mercado brasileiro foram recordes em junho e no primeiro semestre, confirmando os dados que já haviam sido apresentados na semana passada pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave). Foram vendidas 300.157 unidades em junho deste ano, o que representa uma alta de 21,5% em relação a maio de 2009 e de 17,2% na comparação com junho de 2008. No primeiro semestre as vendas somaram 1.449.787 veículos, alta de 3% sobre o mesmo período do ano passado.
O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, afirmou que a expectativa é de que indústria terá um 2010 ainda melhor. Para ele, as condições do mercado interno, com investimentos do governo em infraestrutura, baixa dos juros e aumento da disponibilidade do crédito, devem favorecer o cenário. "Há uma série de investimentos programados em infraestrutura que não chegaram ainda ao seu auge: isso tudo gera emprego e aumento do consumo", disse, citando aportes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do programa "Minha Casa, Minhas Vida" e da Copa do Mundo.
Marcha à ré
Enquanto as apostas são elevadas mirando o mercado interno, as exportações continuam preocupando o setor. Segundo a Anfavea, as exportações totalizaram US$ 610 milhões em junho, alta de 1,5% em relação a maio e queda de 52,7% na comparação com 2008. No mês passado, foram exportadas 38.503 unidades a outros países, com leve alta de 0,1% no confronto com maio e baixa de 47% ante junho de 2008. No ano até junho, as vendas externas caíram 51,1%, para US$ 3,369 bilhões. No primeiro semestre deste ano, foram exportadas 199.052 unidades, o que traduz uma baixa de 47,8% ante o primeiro semestre de 2008.
Esse desempenho fraco acaba afetando as montadoras. Em junho foram produzidos no Brasil 283.875 veículos, com uma queda de 8,2% em relação ao mesmo período de 2008. No acumulado de 2009, o setor produziu 1.463.707 veículos, uma retração de 13,6% em relação ao ano passado.
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