O estoque de operações de crédito do sistema financeiro cresceu 2,1% em setembro ante agosto, atingindo R$ 1,929 trilhão, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). O movimento fez com que o estoque de crédito passasse de 47,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em agosto para 48,4% do PIB no mês passado. No acumulado do ano, o crédito tem expansão de 13,1% e, nos últimos 12 meses encerrados em setembro, alta de 19,6%.
A inadimplência média do crédito com recursos livres ficou estável em setembro ante agosto, em 5,3%. A inadimplência para pessoa física manteve-se em 6,8% no período, enquanto para pessoa jurídica teve pequeno recuo, passando de 3,9% para 3,8%.
Desaceleração
De acordo com o Departamento de Pesquisas Macroeconômicas (Depec) do Bradesco, o aumento de 19,6% no crédito em 12 meses indica que o Banco Central está conseguindo cumprir o objetivo de desacelerar o ritmo de expansão do crédito. "Com uma expansão de 2,1% do crédito na margem [de setembro sobre agosto], não haveria como o crédito crescer só 15% neste ano", dizem os economistas do Bradesco. Mas, segundo eles, no ritmo com que a carteira total tem se comportado, o crédito tem tudo para fechar o ano com uma expansão de 17%, contra expansão de 20% anotada em 2010 na divulgação da nota de crédito de agosto, o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, havia revisado sua projeção de expansão de crédito de 15% para 17% em 2011.
Os economistas do Bradesco chamam a atenção para a composição da carteira total de crédito. Enquanto o crédito para pessoa física cresceu 0,9% na margem, o crédito para pessoa jurídica com recursos domésticos aumentou 1,8%. "É importante olhar essa composição porque a maior parte das medidas macroprudenciais foi adotada com o objetivo de reduzir o crédito da pessoa física", observam os analistas do Bradesco.