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Credores da Imcopa avaliam plano de recuperação

Deferida pela Justiça no início de 2013, a recuperação judicial da processadora de soja Imcopa ganhou um novo capítulo neste mês. No último dia 5 foi publicado um edital de aviso aos credores do caso, a pedido do juiz Evandro Portugal, da 1.ª Vara Cível de Araucária, para que eles se manifestem (contra ou a favor) acerca do plano apresentado pela empresa no dia 15 de maio. O caso, de R$ 758 milhões, tem centenas de credores pessoa física e outras dezenas de empresas.

Também neste mês, três bancos credores da Imcopa – HSBC, ING e Credit Suisse – entraram com uma ação paralela para cobrar seus débitos do Grupo Petrópolis. As três instituições disseram à agência de notícias Estado que tiveram acesso a balanços do grupo carioca que comprovariam que ele é o "dono oculto" da processadora de soja paranaense.

A Imcopa e a Cervejaria Petrópolis negam tal relação. Em nota, o grupo carioca diz que a afirmação dos bancos é "falsa, maldosa e de interesse duvidoso" e que possui apenas um acordo com a Imcopa para industrialização de alguns produtos finais que comercializa.

As instituições também disseram à Agência Estado que o interesse do Grupo Pe­trópolis na Imcopa seria um montante enorme em créditos fiscais. Tanto a Imcopa, por meio de um de seus advogados, Ricardo Sayeg, quanto o Grupo Petrópolis, via nota, negaram a acusação. "Em momento nenhum a Petrópolis colheu benefícios de créditos de impostos anteriores à época da efetivação do primeiro contrato de industrialização por encomenda. O Grupo Petrópolis segue estritamente a legislação tributária, fato que pode ser comprovado a qualquer momento", diz o grupo carioca na nota.

Na ação paralela, o HSBC cobra R$ 380 milhões, o Credit Suisse R$ 90 milhões e o ING, R$ 50 milhões – valores diferentes daqueles arrolados no processo de recuperação judicial da processadora de soja paranaense.

Crise começou em 2008

Na petição inicial da recuperação judicial, a Imcopa conta que foi gravemente afetada pela crise financeira de 2008. Com um balanço auditado pela KPMG, afirma ter fechado aquele ano com prejuízo de R$ 151 milhões, devido ao revés cambial, contra um lucro de R$ 102 milhões no período anterior (2007). Ainda em 2008, a Imcopa diz ter contratado a consultoria Deloitte Touche Tomatsu para ajudá-la em uma reestruturação e na elaboração de um acordo com os bancos credores. Logo após a consolidação desse plano, em 2010, a companhia alega não ter recebido mais nenhum centavo das instituições, o que prejudicou seu fluxo financeiro. A própria Deloitte aparece entre os credores, com um débito de R$ 1,4 milhão.

Mesmo que aquém da ca­pa­cidade, a Imcopa mantém suas duas unidades de processamento de soja no Paraná, em Araucária) e Cambé. Produz óleo refinado e farelo e também lecitina de soja, usada na indústria de chocolate. Segundos fontes, a empresa opera hoje menos da metade dos 2 milhões de toneladas de soja/ano que produzia em 2008.

Na esfera trabalhistas, a Imcopa enfrenta hoje 21 processos, segundo o site do Tribunal Superior do Trabalho, a maior parte de valores menos de R$ 20 mil. A empresa tem cerca de 300 funcionários.

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