Rio de Janeiro – A falência da Varig surgiu ontem como forte candidata ao desfecho da companhia. Isso porque credores da empresa vetaram modificações ao seu projeto original de reestruturação, o que abria caminho para um novo leilão marcado para quarta-feira. As mudanças tinham como objetivo legitimar a única proposta feita até agora pela VarigLog, que previa cerca de US$ 500 milhões para salvar a companhia. Trabalhadores e estatais aprovaram o novo plano de reestruturação, mas ele foi rechaçado pelas empresas de arrendamento de aviões.

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O resultado da assembléia será agora encaminhado à Justiça do Rio, que deve se pronunciar ainda nesta semana sobre os rumos da companhia. Sem a proposta da VarigLog a companhia fica ainda mais próxima da decretação de falência.

A proposta de recuperação judicial foi aprovada pelos credores da classe 1, que é formada pelos trabalhadores, e contou com o voto favorável das estatais. A principal rejeição partiu das empresas de leasing, que até então preferiam se abster nas votações.

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Para aprovar o plano, a proposta deveria ser aprovada proporcionalmente pela maioria dos detentores de créditos. Deveria ainda ser aprovada por cada uma das categorias dos credores. Na classe 2 de credores, formada pelo fundo de pensão Aerus e pelas empresas de leasing, a proposta foi rejeita por 94,4% na contagem individual – em termos de volume de crédito, o contingente que vetou a proposta correspondia a 5,8% dessa classe.

Já na classe 3, que envolve estatais e também empresas de leasing, embora apenas 18,8% dos credores em volume de crédito tenham rejeitado a proposta, a desaprovação bateu em 57,1% dos votos na contagem per capita.

Os sindicatos dos aeroviários e aeronautas, assim como a VarigLog, disseram que vão entrar com recurso na Justiça para tentar impugnar os votos das empresas de leasing. O presidente da Varig, Marcelo Bottini, culpou a GE Capital pelo fracasso da assembléia e disse que, se a Varig for à falência, a responsabilidade será dela.

Crise

Se a oferta fosse aceita, as operações da empresa iriam a leilão na quarta-feira com lance mínimo de US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões). O comprador poderia adquirir as concessões, as aeronaves e o programa "Smiles". Como a proposta foi recusada, há espaço para a decretação de falência. A Deloitte, administradora judicial da Varig, mencionou em seu último relatório de acompanhamento que a empresa não conseguiria manter as operações até agosto se não fosse vendida.

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