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Educação

Cresce mercado e concorrência entre os sistemas de ensino

De olho em um mercado em franca expansão, as editoras Ática e Scipione (Abril Educação) lançaram juntas, em agosto, a marca Apoioescola de sistema de ensino. Líderes no segmento de livros didáticos, elas querem abocanhar, já no primeiro ano, cerca de 5% do mercado brasileiro, com venda de material para 100 mil alunos de escolas particulares de todo o país.

Apesar de as grifes de ensino ganharem adeptos ano após ano – em detrimento dos livros didáticos – a disputa não deve ser fácil. A Abril Educação vai concorrer com pelo menos outros 42 sistemas de ensino comercializados hoje no Brasil, segundo estimativa do Grupo Positivo, líder no setor. Além da primeira colocada no ranking, outros dois grupos paranaenses figuram entre os principais players deste mercado – Expoente e Dom Bosco. Juntas, as três editoras já atendem a mais de 1 milhão de alunos, cerca de 50% do total, e têm planos de aumentar este porcentual em 2007.

"Os sistemas de ensino vêm ganhando participação nas escolas e nós não poderíamos ficar de fora desse crescimento", admite o diretor de marketing da Abril Educação, Emerson Santos. Segundo estimativa da editora, 20% dos estudantes de escolas particulares usam hoje esse tipo de material didático. "Há um espaço bom para crescermos."

O Apoioescola vem sendo testado há quatro anos pela Abril Educação, quando atingiu 25 mil alunos em São Paulo e no Nordeste. A empresa aposta agora na força do nome das editoras e no conteúdo produzido por autores consagrados para quadriplicar este número.

O diretor de marketing do Grupo Positivo, André Caldeira, diz que o mercado está bastante disputado, mas não vê como uma ameaça a chegada da Abril no segmento. "A entrada deles confirma que a nossa plataforma de atuação estava correta. Durante muito tempo as editoras trabalhavam apenas com livros didáticos, enquanto nós já atuávamos nos dois segmentos", diz.

O diretor garante que no futuro o Grupo Positivo espera renovar 100% dos seus contratos vigentes e continuar crescendo como nos últimos anos. Atualmente, 2,4 mil escolas usam o Sistema Positivo de Ensino com cerca de 535 mil alunos.

Para o diretor de mercado do Dom Bosco, Clóvis Magnoni, a entrada de novos players é consequência natural de um mercado em expansão. "Muitas escolas estão optando pelos sistemas de ensino porque é uma forma mais moderna e eficiente de compartilhar conteúdo", explica. Cerca de 150 mil alunos estão utilizando o sistema desenvolvido pelo Dom Bosco, número que deve aumentar em 30% no ano que vem.

Já o Grupo Expoente espera aumentar em 20% o número de alunos atendidos em 2007. Hoje são 300 mil em todo o país. "Nosso diferencial é termos também escolas no grupo, que a Abril não tem e nem vai ter", diz o diretor geral, Armindo Angerer. Segundo ele, as escolas são "laboratórios" para os sistemas de ensino. "Mantemos as escolas não porque elas dão lucro, mas como suporte aos sistemas." Cerca de 80% do faturamento do grupo – que em 2005 foi de R$ 35 milhões – vêm da comercialização da grife Expoente e do apoio pedagógico para as 900 escolas conveniadas.

Embora a atuação dos sistemas de ensino ainda seja mais forte junto às escolas particulares, é na rede pública que estão 87% dos estudantes brasileiros. "Crescemos nos dois segmentos, mas junto a esse público, o espaço para crescer é maior", diz Caldeira, do Grupo Positivo. A empresa lançou em 2005 um projeto para a rede, onde atende 85 mil alunos.

O Apoioescola está sendo lançado exclusivamente para escolas particulares mas, segundo Emerson Santos, da Abril Educação, o grupo estuda entrar na rede pública.

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