As operações de fusão e aquisição cresceram 14% no primeiro trimestre do ano, comparativamente ao mesmo período de 2018, segundo a consultoria PwC. Foram 174 transações no período, o melhor desempenho desde 2016 e similar ao de 2011.
Apesar do crescimento, há sinais de cautela no ar. A consultoria aponta que o início de 2019 mantém o viés positivo demonstrado ao final de 2018, com os investidores confirmando a retomada das operações de fusão e aquisição de forma cautelosa, observando a execução das medidas econômicas anunciadas.
“É um reflexo do desaquecimento da atividade econômica. Os investidores estão em compasso de espera e aguardam a evolução da tramitação da reforma da previdência”, destaca Leonardo dell’Osso, sócio da empresa de consultoria.
A cautela maior nos últimos meses, com vários indicadores mostrando que a economia está realmente patinando, se reflete na retração das operações em março, quando aconteceram 54 transações. Junto com 2016, é o pior desempenho para esse mês desde 2010.
Capital estrangeiro age com cautela
O capital estrangeiro vem perdendo força no número de operações. Foram 46 transações entre janeiro e março, 16% a menos do que em igual período de 2018. Do total das operações de fusão e aquisição, 28% envolveram recursos externos, principalmente dos Estados Unidos, Japão e Portugal.
Mas isso não significa que os investidores estrangeiros estejam desistindo do Brasil. Muito pelo contrário, enfatiza Dell’Osso. “Eles estão olhando firme para o Brasil e aguardam a retomada do crescimento. Há muita expectativa. O que está havendo é um atraso nas transações”, diz o especialista.
TI lidera volume de operações
A liderança no volume de operações é do segmento de tecnologia da informação. No primeiro trimestre foram 56 transações, um crescimento de 51% em relação ao mesmo período de 2018. Segundo o sócio da consultoria, estas operações têm um ponto em comum: são operações de baixo valor, envolvendo private equity ou venture capital.
“São empresas que buscaram investidores para poderem crescer. Outro grupo é formado por aquelas que se unem para ganharem escala e se tornarem alvos de outras empresas.”
Outro segmento com um grande número de operações e forte crescimento foi o de serviços auxiliares ou de apoio, que reúnem operações diversas. Nos três primeiros meses do ano foram 20 transações, ou 43% a mais do que em 2018.
Quem também teve um bom movimento foi o segmento de serviços públicos. Foram 13 transações, um crescimento de 18% em relação a 2018, motivados pela consolidação das empresas de energia eólica e pelo interesse no programa de desestatização.
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