A valorização do real já provoca mudança na estrutura de comércio exterior brasileiro. As empresas estão substituindo cada vez mais insumos e matérias-primas domésticos por importados e pretendem ampliar as compras externas neste ano. Segundo uma sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quinta-feira, 28% das empresas que já utilizam insumos e matérias-primas importados pretendem aumentar seu uso em detrimento do doméstico.
Já das que não utilizavam, 10,6% pretendem iniciar seu uso em 2006. A tendência é mais pronunciada entre as grandes empresas. A pesquisa mostra que 13,3% delas pretendem substituir os nacionais ainda que parcialmente.
"Os resultados sinalizam uma intensificação gradual do uso de insumos e matérias-primas importados na indústria. O crescimento das importações continua mais ligado à atividade econômica, mas a valoriação do real apresenta-se cada vez mais como fator de estímulo" afirma o doumento.
Entre os 26 diferentes setores pesquisados pela CNI, 16 deles pretendem aumentar as compras de matérias-primas importadas nos próximos seis meses, entre eles, máquinas e materiais elétricos, farmacêuticos, produtos de metal e material eletrônico e de comunicação.
Os setores que registraram o maior percentual de empresas que não utilizaram matéria-primas importadas em 2005, mas deverão fazê-lo em 2006 foram produtos de metal, máquinas e equipamentos e calçados.