O lucro dos bancos voltou a ganhar importância na composição da margem cobrada pelos bancos nos empréstimos, o chamado spread bancário - diferença entre o rendimento que a instituição financeira paga para o dinheiro depositado na instituição e o juro cobrado pelo mesmo banco ao emprestar esse recurso ao cliente. De acordo com pesquisa anual realizada pelo Banco Central (BC), a margem de lucro respondeu por 32,73% de todo o spread no ano de 2010. A fatia é maior que os 29,94% registrados em 2009.
Os impostos também ganharam importância e foram responsáveis por 21,89% da margem cobrada nos empréstimos no ano passado. Em 2009 essa participação era de 19,97%. Com esses dois movimentos, o lucro do banco e o imposto cobrado pelo governo nas operações financeiras passaram a responder por 54,62% de todo o spread bancário pago pelos clientes em empréstimos em 2010. Em 2009, eram 49,91%.
Ao mesmo tempo em que bancos passaram a garantir maior fatia para o lucro, o custo da inadimplência diminuiu. Em 2010, 28,74% do spread foi direcionado ao pagamento de prejuízos gerados pelo calote dos clientes. Em 2009, quando o Brasil ainda deixava a crise financeira de 2008, a fatia destinada a essas perdas era de 30,59% do spread.
Entre os outros componentes, há custos administrativos (12,56% do spread em 2010) e o dinheiro direcionado ao compulsório, ao subsídio cruzado, aos encargos fiscais e ao Fundo Garantidor de Crédito que, juntos, responderam por 4,08% do spread em 2010.
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