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A Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade representativa do empresariado brasileiro, entregará na próxima semana, aos três pré-candidatos à Presidência da República, documento que pede "ajustes" na política econômica, como correção da "grande valorização do real", e diz que é preciso aumentar o nível dos investimentos para que o país consiga sustentar uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 5,5% ao ano.

Sobre os investimentos, a entidade lembra que a taxa chegou a 16,7% do PIB em 2009, mas diz que é necessário que ela atinja 22% do PIB até 2014, para que o ritmo mais forte de crescimento possa se manter. "A elevação desse ritmo [de crescimento do PIB] para 5,5% ao ano exigirá um aumento correspondente da taxa de investimento para um patamar em torno de 22% do PIB", avalia a CNI, no documento "A Indústria e o Brasil: uma agenda para crescer mais e melhor".

Ajustes na política econômica

Para a entidade, atingir os objetivos de crescimento requer mudanças na estratégia por meio de "ajustes" na política econômica vigente. "A atual equação macroeconômica tem um viés que reduz o crescimento potencial da economia, ao penalizar o setor privado", diz a CNI, acrescentando que o atual modelo está calcado em uma estratégia que "amplifica" o peso da política monetária (uso da taxa de juros) por não contar com a "necessária contribuição da política fiscal (controle de gastos)".

"A contenção dos gastos públicos daria maior coerência à política macroeconômica (...) O objetivo deve ser a conteção do gasto corrente, por meio de limites para o seu crescimento, de modo a gerar espaço para maior capacidade de investimento público sem fragilizar as bases da estabilidade O esforço nessa direção alivia a pressão sobre a taxa de juros", informou a CNI no documento.

Taxa de câmbio

Um das principais reclamações da entidade diz respeito, novamente, ao nível da taxa de câmbio. Isso porque dólar baixo barateia as compras do exterior e encarece as exportações brasileiras. A CNI afirma, no documento, que a "grande valorização do real" [queda da moeda norte-americana] dos últimos anos precisa ser "corrigida".

"Como é determinada pelo mercado, a taxa de câmbio sobre influência das forças que afetam a oferta e a demanda por moeda estrangeira, em especial pela taxa de juros", diz a Confederação. Atualmente, os juros de 9,5% ao ano vigentes no Brasil representam a taxa real (após o abatimento da inflação) mais elevada do planeta. Segundo economistas, isso representa um ingresso maior de recursos no país e, consequentemente, uma pressão de queda do dólar.

A agenda do CNI será entregue para a ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência, ao ex-governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB, e para a senadora licenciada, Marina Silva, pré-candidata po PV, na próxima terça-feira (25).

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