O presidente do movimento Corredor Atlântico do Mercosul, Paulo Augusto Vivacqua, apresentou estudos que mostram que a América Latina perde cerca de 1% de seu potencial de crescimento por conta dos altos custos de transporte, ou cerca de US$ 25 bilhões por ano. A informação foi divulgada durante encontro sobre a administração portuária no Brasil e na América Latina, realizado esta semana no Centro Universitário Positivo (Unicenp).
Vivacqua defende que o Porto de Paranaguá lidere um processo de adaptação dos portos do continente para receber mais trens. "O transporte [na América Latina] custa o dobro do que na Europa porque é baseado em rodovias", diz.
"O objetivo [do encontro] foi retirar o assunto da esfera política e trazê-la para a acadêmica", explica o coordenador do curso de direito do Unicenp, César Lourenço Soares Neto. Ele defende a elaboração de uma lei ambiental específica para o Porto de Paranaguá, que é regido por lei federal de 1993 e pela lei estadual de crimes ambientais, de 1998. Para ele, uma série de ítens da lei não está de acordo com a atividade portuária praticada hoje.
Já o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Suriman de Souza Jr. considera o porto de Paranaguá mais eficiente pelo fato de ser público. O chefe de operações do porto, Clauber Candian, explica que a lei em vigor não especifica as obrigações dos operadores portuários, o que dificulta a logística.
Sergio Velasco, que trabalhou no porto de San Antonio, no Chile, foi convidado para falar sobre a integração no continente. "Sem ela, é impossível que a região se consolide, pois a globalização trouxe novas rotas e contratos", explica. O evento termina amanhã, quando haverá uma visita técnica ao Porto de Paranaguá.
