O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (21) que a recuperação do crescimento da economia brasileira é compatível com o controle da inflação. Segundo ele, a elevação dos preços já começa a perder fôlego neste trimestre."Nos próximos três meses -maio, junho e julho- a inflação mensal já será menor do que a inflação observada nos primeiros meses de 2013 e, no início do segundo semestre, a inflação acumulada em 12 meses começará a cair", disse em apresentação a deputados e senadores no Congresso Nacional.
A inflação acumulada em 12 meses atualmente está em 6,49%, praticamente no teto da meta oficial, que é de 6,5%. Para tentar reverter esse quadro, o BC iniciou em abril um novo ciclo de alta dos juros, subindo a Selic -a taxa básica do juro- em 0,25 ponto percentual, para 7,5% ao ano. "Creio que o que o Banco Central está fazendo é compatível com essa recuperação gradual da economia brasileira. Nossas projeções hoje são de um crescimento do PIB em 2013 de 3,1%, afirmou Tombini. "Essas projeções são compatíveis com o combate a inflação", destacou.
O presidente do BC salientou que o controle da inflação é necessário para conservar a confiança de consumidores e empresários na economia. Ele observou que o aumento muito intenso dos preços afetou o consumo de alguns produtos, como bens perecíveis (alimentos), por exemplo. "Lembro mais uma vez que o Banco Central está vigilante e fará o que for necessário, com a devida tempestividade, para colocar a inflação em declínio no segundo semestre e para assegurar que essa tendência persista no próximo ano", repetiu.
Focus
Ontem, o boletim Focus do Banco Central mostrou que economistas de instituições financeiras reduziram sua perspectiva para o crescimento da economia brasileira para menos de 3% pela primeira vez no ano. A taxa de expansão prevista para 2013 ficou em 2,98%, contra 3% na pesquisa anterior.
Apesar de o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) ter mostrado na semana passada que a atividade econômica brasileira acelerou no primeiro trimestre, isso não foi suficiente para dissipar a percepção entre analistas de que a atividade permanecerá errática ao longo do ano.