Entre os países do G-20, grupo que engloba as economias mais industrializadas do planeta, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve um dos piores desempenhos em 2014. Só ficou à frente de Itália, cuja economia teve queda 0,4% em 2014, e do Japão, que teve crescimento zero.
Entre os integrantes do Brics, grupo de economias consideradas emergentes, o Brasil também decepcionou. A China cresceu 7,4%; a Índia, 7,2% e o crescimento projetado para a Rússia, mesmo com a queda do preço do petróleo e a tensão com a Ucrânia, é de 0,3%. Já na comparação com a América Latina, o desempenho da economia brasileira também ficou aquém de outras na região. O Brasil foi superado pelas economias da Argentina, que apresentou crescimento de 0,5%, e do México, que registrou expansão de 2,1%.
Na Europa, os países da zona do euro retomaram o crescimento depois da crise de 2008. A Alemanha cresceu 1,6%, enquanto o Reino Unido expandiu-se 2,6%. Na média, entre os países da zona do euro, o crescimento foi de 0,9%.
Veja o ranking das dez maiores economias do mundo em 2014
China 7,4% (US$ 10,4 trilhões)
Índia 7,2% (US$ 2,1 trilhões)
Estados Unidos 2,4% (US$ 17,4 trilhões)
Reino Unido 2,6% (US$ 2,7 trilhões)
Alemanha 1,6% (US$ 3,7 trilhões)
França 0,4% (US$ 2,8 trilhões)
Rússia 0,3% (US$ 1,8 trilhão)
BRASIL 0,1% (US$ 2,3 trilhões)
Japão zero (US$ 4,5 trilhões)
Itália -0,4% (US$ 2 trilhões)
Fonte: Austin Rating
Ranking elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating mostra que mesmo com a estagnação da economia brasileira em 2014, o país se mantém como a sétima maior economia do mundo, com PIB de US$ 2,3 trilhões, à frente de economias como Índia (8ª), Itália (9ª) e Rússia (10ª). Os Estados Unidos continuam sendo a maior economia do planeta, com PIB de US$ 17,4 trilhões, seguidos pela China, com US$ 10,4 trilhões.
“No campo doméstico, a instabilidade econômica no país, em 2014, trouxe impactos negativos sobre o crescimento. No plano externo, o fim dos estímulos à economia americana e a expectativa de uma alta de juros no segundo semestre vem alterando a paridade das principais moedas do mundo, entre elas o real, em relação ao dólar”, explica Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, que elaborou o ranking.
Além disso, a China, principal parceiro comercial do Brasil, vem crescendo a um ritmo mais lento e há o problema da Grécia, na zona do euro, o que também traz instabilidade econômica, observa Agostini.
Em 2015, com a expectativa de uma retração do PIB brasileiro entre 0,8% e 1,4%, a Austin estima que o Brasil se manterá entre as dez maiores economias do mundo, mas será ultrapassado pela Índia, caindo da sétima para a oitava posição, ficando à frente de Canadá (9ª) e Itália (10ª).
O economista Alex Agostini lembra que somente no primeiro bimestre de 2015 já houve corte de mais de 200 mil empregos com carteira assinada, segundo dados do Ministério do Trabalho, além da elevação da taxa de desemprego para 5,9% em fevereiro após encerrar 2014 com taxa de 4,3%, segundo o IBGE.
“Os investimentos no setor produtivo seguem em compasso de espera aguardando não apenas as definições das medidas de política econômica do governo, mas também pelo desfecho nas investigações da Petrobras, o que ainda traz incerteza se o Brasil terá mantida a sua classificação de grau de investimento”, diz Agostini.
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