A notícia de que a China cresceu menos que o esperado no primeiro trimestre do ano pegou o mercado de surpresa e assustou os investidores, que começam a alimentar uma visão mais cética em relação ao desempenho da economia global.
Quem sofre maior impacto pela notícia são as commodities, que despencam nesta segunda-feira. O contrato de ouro mais negociado nos EUA, por exemplo, registrou sua maior queda acumulada em dois dias desde 1983, somando perdas de 12,4% apenas entre sexta-feira e segunda, sendo cotado em US$ 1.366,00 a onça -menor nível em dois anos.
Aqui no Brasil, o contrato de ouro disponível na BM&FBovespa registrou hoje queda de 6,8%, terminando o dia cotado em R$ 89,00 a grama.
Além do ouro, o petróleo foi outra commodity bastante atingida pelos dados chineses. O contrato futuro de petróleo mais negociado em Nova York caiu 2,83% hoje, fechando a US$ 88,71 por barril.
A economia da China, maior consumidora de metais do mundo, registrou uma desaceleração inesperada no primeiro trimestre, com crescimento de 7,7% na comparação com igual período de 2012.O desempeho é menor do que o avanço de 7,9% registrado no quarto trimestre de 2012 e abaixo da expectativa do mercado, de expansão de 8% no período, segundo pesquisa da Reuters.
"É uma reação em cadeia. O mercado teme que o menor desempenho da economia da China reduza o crescimento global e a demanda por commodities, por isso está havendo esta queda generalizada", diz Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.Para Galdi, aqui no Brasil podemos sentir mais esses efeitos, caso sejam confirmados, pois o país é um grande exportador de matéria-prima.
"A China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil e do mundo, então, é claro que uma demanda menor por matérias-primas nos afeta negativamente. Mas temos que destacar que a economia do país asiático ainda cresce forte em relação às outras grandes potências mundiais", completou Galdi.