Ouça este conteúdo
Bancos e corretoras estão revendo suas projeções e esperam, agora, que a economia brasileira cresça a um ritmo mais próximo de 3% neste ano.
A onda de revisões, que ocorre na esteira do crescimento acima das expectativas no segundo trimestre, sinaliza para novas elevações no chamado "consenso de mercado" – o ponto médio das estimativas coletadas semanalmente pelo relatório Focus, do Banco Central.
O último levantamento, divulgado na segunda-feira (5), mostra que a mediana das expectativas para o PIB está em 2,26%, após dez semanas seguidas de alta.
O governo considera que a economia caminha para superar o impacto de duas crises: a da pandemia e a da recessão de 2014-16. Avaliação da Secretaria de Política Econômica (SPE) indica que a economia brasileira terá uma expansão de 2,4% mesmo que o PIB não avance na segunda metade do ano.
“Olhando para o terceiro trimestre, os indicadores conhecidos até o momento sugerem que a atividade econômica manterá a resiliência. Os programas de auxílio governamental, e algum aumento da renda disponível ainda resultante das desonerações sobre bens e serviços, contribuem para postergar o efeito da alta dos juros sobre a atividade econômica”, destaca a equipe de análise econômica do Bradesco, que projeta crescimento econômico de 2,7% neste ano.
A XP Investimentos aponta que as projeções melhoraram, apesar do mundo incerto e das eleições. A corretora reviu para cima as suas expectativas para o PIB deste ano (de 2,2% para 2,8%) e do próximo (de 0,5% para 1%).
Outra instituição que reviu suas expectativas para cima foi o Sicredi. A instituição financeira avalia que a economia brasileira irá crescer 2,8% em 2022: “Esperamos que os estímulos de demanda implementados pelo governo devam contribuir para conter os efeitos da política monetária contracionista”, diz em relatório.
Para o próximo ano, contudo, o Sicredi vê um cenário mais desafiador, por causa do baixo crescimento da economia mundial e, internamente, da retirada dos estímulos governamentais e a manutenção da taxa básica de juros em níveis elevados.
O Itaú diz que pode revisar para cima sua projeção de crescimento, que é de 2,2%. A avaliação é de que a economia permanecerá relativamente estável até o final do ano. “O estímulo fiscal provavelmente será compensado pelos efeitos da política monetária contracionista e pela desaceleração da atividade global”, citam economistas do banco em relatório.
Confira a seguir as projeções de nove instituições financeiras para a alta do PIB em 2022: