As bolsas americanas abriram o pregão desta quarta-feira (28) em alta, incentivadas pela perspectiva de que uma instituição pública será criada para assumir "títulos podres" dos bancos americanos, que prejudicam o funcionamento do mercado. A proposta, entretanto, ainda não foi oficialmente anunciada pela administração Obama.
Na Bolsa de Nova York, por volta das 15h45 (horário de Brasília), o índice industrial Dow Jones - referência para Wall Street - registrava alta de 3,07%, enquanto o indicador tecnológico Nasdaq tinha alta de 2,69%. O índice Standard & Poor's 500 subia, no mesmo horário, 2,53%.
"Colada" no mercado americano, a Bovespa também sente os benefícios da possível retirada dos títulos podres de circulação. O índice Ibovespa tinha alta de mais de 3% por volta das 15h45. O dólar também era influenciado pelo bom humor dos mercado, operando em queda, abaixo de R$ 2,30.
O apelido dessa nova instituição seria "bad bank", já que ele englobaria os títulos e créditos que o mercado privado não quer e que atrapalham o resultado das empresas norte-amercianas. O economista Roberto Paschoali avalia que a criação desta instituição é a melhor ideia do governo dos EUA para combater a crise.
Trauma de desconfiança
De acordo com o "Wall Street Journal", caso o "bad bank" venha mesmo a ser criado, a instituição pública que vai retirar os ativos podres do mercado terá de ter capitalização de cerca de US$ 1 trilhão, que se somará aos US$ 700 bilhões já aprovados pelo Congresso para socorrer as instituições financeiras americanas.
O "bad bank", que ficará com empréstimos de bancos não pagos por empresas e pessoas físicas, sendo parte deles ligado ao mercado de hipoteca - que viveu uma "febre" de empréstimos nos últimos anos, sem as reservas financeiras necessárias para uma época de recessão -, tentando mais tarde reaver pelo menos parte dessas perdas.
O importante, segundo economistas, é retirar rapidamente esses títulos podres do mercado, para restabelecer a confiança dos bancos em conceder financiamentos. "De todas as medidas que o governo americano tomou até agora para ajudar a debelar a crise essa da criação do 'bad bank' é a melhor. (...) Ainda o mercado sofre um trauma de desconfiança, um banco não confia que realmente o outro está totalmente limpo", ressalta Paschoali.