Muitas startups, principalmente no primeiro ano de vida, passam por dificuldades por não determinarem um plano para atingir o sonhado crescimento. Uma tendência que tem se firmado no mercado é a criação de comunidades de relacionamento, que ganhou um painel especial na Campus Party, nesta sexta (29), em São Paulo.
A conversa mediada por Rosi Rodrigues, diretora financeira da Associação Brasileira de Startups, contou com representantes da Microsoft Brasil – que já possui um programa de fomento de startups – e representantes de co-workings que deram certo.
Ao se cadastrar em um co-working, o principal pensamento do empreendedor deve ser o envolvimento. “No nosso programa, identificamos potenciais lideres, que trabalham voluntariamente e puxam a organização de ações que integrem todas as empresas”, conta Andre Hotta, gerente regional dos Programas de Comunidades da Techstars.
Os outros participantes da conversa concordam com a tese. “Uma comunidade não tem chefe, e sim líder. O próprio grupo acaba expulsando quem tem um ego forte. A pessoa precisa ter paciência e saber se envolver, mesmo que um pouco, com a vida de cada um dos gerentes das companhias”, acredita Juliana Lima, uma das coordenadoras do sistema de co-working Plug.co, de São Paulo.
Estratégias
A Microsoft Brasil, representada no painel por Lucas Santos, desenvolvedor técnico da companhia, que atua dentro do programa BizSpark, que capacita startups. Entre as opções que a companhia fundada por Bill Gates, estão a ligação de networking, investimento direto na ideia (com o fornecimento de 150 dólares mensais em ferramentas da empresa – podendo chegar a 1 mil) e até mesmo um acompanhamento de projetos dentro de sua sede, dando visões técnicas e sugestões.
Em outra linha para unir a comunidade do co-working, Juliana prefere mais o corpo a corpo. Em seu espaço, ela oferece a “hora do recreio”, com o fornecimento de pipoca e doces às 16 horas, todos os dias – e todos os representantes de startups são obrigados a ficar na mesma área, para que convivam e troquem experiências.
André Hotta, da Techstarts, também faz ações alternativas para alinhar seus empreendedores. “Incentivamos a realização de um happy hour por semana, em que o responsável pela organização nunca é o mesmo. Algo simples, mas que gera um entrosamento mais solto e eficaz”, detalha.
Ao fim da roda de conversa, a conclusão é a mesma: uma comunidade é fundamental para o sucesso da startup. “Devemos criar valor às pessoas, tirando holofotes. Com uma rede bem formada, a comunidade se destaca no país e atrai investidores e possíveis compradores de todo o planeta”, encerra André.