No primeiro semestre de 2013, foram gerados 826,1 mil empregos formais (com carteira assinada) - resultado de 11,439 milhões de admissões e 10,613 milhões de desligamentos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta terça-feira (23) pelo Ministério do Trabalho. O resultado foi o menor desde o primeiro semestre de 2009, quando foram registrados 397,9 mil empregos com carteira assinada. Em 2010, foram 1,634 milhão; em 2011, 1,414 milhão; e em 2012, 1,047 milhão.
Os setores com os melhores desempenhos nos primeiros seis meses do ano foram os de serviços (361,1 mil postos), da indústria (186,8 mil) e da construção civil (133,4 mil). Os com os piores desempenhos foram administração pública, com saldo negativo de 30,8 mil vagas; comércio, 13,6 mil; e extração mineral, com 3,1 mil.
Para o ministro Manoel Dias, o bom desempenho do setor de serviços é um indicativo de expansão no mercado de trabalho. "O aumento de serviços significa que há um aumento real dos salários, do poder de compra da população e do atendimento de demanda. O salário da população aumentou. As pessoas estão consumindo mais e exigindo mais qualidade", explicou.
No primeiro semestre, o salário médio de admissão dos trabalhadores com carteira assinada chegou a R$ 1.090,52, o equivalente a 1,70% a mais do que o rendimento no mesmo período de 2012 (R$ 1.072,33). Em relação a junho, o saldo de empregos gerados foi ligeiramente superior ao do mesmo mês no ano passado, 123,8 mil ante os 120,4 mil em 2012. Esse saldo foi o resultado de 1,772 milhão de admissões e 1,648 milhão de demissões.
Os setores avaliados pelo Ministério do Trabalho com os melhores desempenhos foram os da agricultura, com a abertura de mais de 59 mil vagas; e o dos serviços, que abriu 44 mil postos. Esses dois setores tiveram desempenho, no mês, expressivamente mais alto do que o terceiro melhor colocado, o comércio, com 8,3 mil vagas.
De acordo com o ministério, os resultados na agricultura se justificam por fatores sazonais, como as lavouras de café e as atividades de apoio em São Paulo e Minas Gerais. No caso dos serviços, os destaques positivos são os de alojamento de alimentação, de transportes e comunicações e de serviços médicos e odontológicos.
A Região Sudeste, impulsionada por São Paulo e Minas Gerais, foi a com o maior saldo de postos de trabalho (68,8 mil), seguida pela Nordeste (20,5 mil) e pelo Centro-Oeste (16 mil).
Dados do Caged sugerem 1,4 mi de novas vagas este ano
Os dados atuais do Caged sugerem um saldo líquido de empregos formais de no máximo 1,4 milhão este ano. A redução na estimativa foi apresentada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, ao comentar os dados de junho na tarde desta terça-feira (23). A última estimativa era de 1,7 milhão de novas vagas. "Os fatos mudam. Hoje, diante dos fatos que estão ocorrendo, a nossa previsão seria de máximo 1,4 milhão, o que é um bom número."
O ministro relutou em divulgar um novo número. Ele disse, primeiro, que não faria mais estimativas. "Não vamos fazer mais previsões. Não vou gerar falsa expectativa como ministro do Trabalho. Não posso aqui me expor a isso. Por que amanhã vocês vão me cobrar isso", disse a jornalistas.
Ao mencionar um novo número, ele explicou que a expectativa de 1 7 milhão de vagas foi elaborada no fim do ano passado, com a realidade daquele momento. "Hoje, de acordo com o número que temos, é prudente que a gente faça uma previsão o mais real possível, que é de 1,4 milhão", justificou.