No Paraná, retração foi de 63%
Alexandre Costa Nascimento
O Paraná registrou o quarto melhor desempenho nacional na criação de empregos no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho, foram abetas 40,5 mil vagas no estado junho foi o sexto mês consecutivo de resultados positivos, com a geração de 5.964 postos de trabalho com carteira assinada.
Qualificação
Governo lança Projovem no Paraná
Adriano Ribeiro, especial para a Gazeta do Povo
Foi lançado ontem em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, o Projovem Trabalhador, programa do governo federal que pretende atender 15 mil jovens no estado com cursos de qualificação. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, estava escalado para dar a aula inaugural, mas cancelou a visita porque seu voo atrasou. O Projovem tem cursos de seis meses e é voltado a desempregados com idade entre 18 e 29 anos e cujas famílias tenham renda máxima de um salário mínimo por pessoa. Os jovens receberão um auxílio de R$ 100 durante o período do curso. Em Curitiba, haverá 7 mil vagas e as inscrições vão até dia 31. Mais informações pelo telefone 0800-722-7777.
Brasília - O número de empregos criados no país no primeiro semestre deste ano ficou 1,06 milhão abaixo do que foi registrado no mesmo período do ano passado. Entre janeiro e junho, foram gerados 300 mil postos de trabalho com carteira assinada, contra 1,36 milhão nos primeiros seis meses de 2008.
A queda, de 78%, foi puxada pela piora no desempenho da indústria e fez com que o saldo apurado na primeira metade deste ano fosse o mais baixo desde 1999, quando começam as estatísticas apuradas pelo Ministério do Trabalho. Os números fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sistema pelo qual as empresas informam o governo sobre o número de pessoas demitidas e admitidas a cada mês. Em junho, o total de admissões superou as demissões em 119,5 mil.
Embora tenha sido o quinto mês seguido de saldo positivo, o desempenho do mercado de trabalho formal ficou abaixo do observado em maio, quando foram criadas 131,6 mil vagas. A queda ocorrida no mês passado surpreendeu o governo, que esperava uma expansão. Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o recuo foi consequência de um resultado mais fraco da indústria.
"O setor industrial é o que mais demora a se recuperar porque tem um foco muito forte no mercado externo", diz, numa referência aos resultados melhores nas empresas focadas no mercado doméstico.
No mês passado foram abertas 2 mil vagas com carteira assinada na indústria. Com isso, o saldo acumulado no semestre ficou negativo em 144,5 mil. Em compensação, no setor de serviços a criação de empregos ficou em 235,4 mil nos primeiros seis meses do ano.
Para o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, o resultado da indústria em junho decepcionou, ficando bem abaixo da média observada nesta década, de 25,5 mil novas vagas abertas no mês. Isso mostra, diz, que a recuperação do mercado de trabalho será mais lenta do que o esperado.
Romão ressalta que os segmentos industriais que mais têm tido dificuldade em voltar a empregar como nas áreas de metalurgia, mecânica e transportes são os mais ligados à produção de bens de consumo duráveis. "São setores que dependem muito de crédito e do nível de confiança dos consumidores, que ainda não se restabeleceram completamente", afirma.
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