• Carregando...
 |
| Foto:

Geração

Saldo acumulado em nove meses no Paraná é o menor desde 2009

Camille Bropp Cardoso

O Paraná foi o quarto estado que mais criou empregos em setembro, mas no acumulado do ano o desempenho do mercado de trabalho ainda está abaixo do de 2013. Em setembro do ano passado, o saldo de empregos acumulado no ano era de 116 mil vagas. Ao fim de 2013, baixou para 90 mil – mesmo assim, o Paraná ficou entre os poucos estados que fecharam 2013 com balança positiva. Já em 2014, o saldo acumulado em nove meses (84,1 mil) é o menor pelo menos desde 2009.

Também no estado o setor de serviços vem puxando a criação de vagas. De janeiro a setembro, o segmento respondeu por 42,4 mil novos empregos. No ano, a indústria ainda se mantém à frente do comércio: 11,6 mil contra 8,5 mil. O setor industrial, porém, fechou 6 mil vagas nos últimos 12 meses. Outro dado negativo está na comparação com os nove primeiros meses de 2013: mesmo perdendo para o setor de serviços em criação de empregos, a indústria estava bem à frente do comércio (30,2 mil postos criados contra 19 mil).

Apesar de a tendência apontar que 2014 será inferior ao ano passado em criação de empregos no estado, há aspectos positivos no atual cenário econômico. Um deles é a recuperação da indústria de alimentos, que contribuiu para que esse setor mantivesse saldo de emprego positivo no Paraná em setembro, ao contrário da média da região Sul. "Isso mostra recuperação da agroindústria, que sofreu muito no início do ano com a estiagem", diz o pesquisador do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) Francisco Castro.

Novos números sobre o emprego formal no país confirmam a desaceleração na geração de vagas com carteira assinada neste ano. Segundo o Ministério do Trabalho, foram abertos 123.785 postos de trabalho em setembro, menor resultado para o mês desde 2001.Nos nove primeiros meses do ano, foram 904.913 vagas. É o menor saldo para esse período do ano na série histórica disponibilizada pelo governo no acumulado, a partir de 2004. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

INFOGRÁFICO: Confira os dados sobre a expansão do emprego no setor de serviços

Em setembro, os três setores com mais geração de vagas foram serviços (62.378), comércio (36.409) e indústria (24.837). Houve fechamento de postos na agropecuária (-8.876 mil) e no setor extrativo mineral (-455). Regionalmente, o maior saldo foi em Pernambuco (21.971).

No acumulado do ano, o pior resultado ainda é o da indústria de transporte, que inclui o setor automotivo, com redução de 4,5% no total de vagas. O maior aumento está no setor de ensino, com aumento de 8,3%. O Nordeste teve o menor aumento no estoque de empregos (+1,6%). O melhor resultado foi no Centro-Oeste (+3,9%).

Olhar otimista

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse que, na avaliação do governo, os resultados são positivos, pois o número de contratações ainda supera o de demissões. "Vocês [da imprensa] procuram os números negativos. Eu procuro os positivos", afirmou. "Não foi o pior setembro desde... Foi o melhor setembro, porque acrescentamos novas vagas."

Dias afirmou que a queda na abertura de novas vagas não se deve à desaceleração da economia, que para ele está crescendo, mas à necessidade menor de contratação de trabalhadores formais. Por isso, a geração de empregos com carteira, em queda desde o primeiro ano do governo Dilma Rousseff no acumulado do ano, será ainda menor em 2015, segundo o ministro.

Ele afirmou ainda que a comparação com anos anteriores não faz sentido do ponto de vista "científico" em um ambiente de pleno emprego. "Todos os números são positivos. Não há números negativos", afirmou. "Está faltando emprego?" Questionado sobre os brasileiros que ainda estão desempregados ou na informalidade, Dias afirmou que 100% de formalização é algo que não existe. A meta do governo é gerar 1 milhão de empregos até dezembro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]