Acompanhamento
Acesso a conteúdo exige supervisão atenta dos pais
Junto das facilidades de acesso vieram preocupações para pais e educadores com o uso da tecnologia pelas crianças. É preciso cuidado para que, com poucos toques na tela, as crianças não acessem conteúdos impróprios.
De acordo com o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, por serem dispositivos móveis, a fiscalização dos pais requer o dobro de cuidados. "A criança acessa a internet na rua, no shopping, em qualquer lugar. Os pais não conseguem mais estar presentes o tempo todo, dando uma orientação direta", explica.
Regulado
Otávio Souza, de 7 anos, é um dos usuários mirins dos gadgets. Com acesso diário de pelo menos uma hora por dia, o garoto tem no iPad o seu passatempo preferido. "Acho que é saudável, pois hoje ele é super desenvolto com as tecnologias. Só procuro limitar o uso para que não seja nada exagerado", afirma a mãe, Carolina Toppel Souza.
2% das crianças entre 5 e 9 anos que acessam a internet já o fazem por tablets, que estão presentes em apenas 4% dos lares brasileiros.
Com interface intuitiva e facilidade de manuseio, os tablets e smartphones têm sido a porta de entrada dos pequenos nos primeiros contatos com a internet. De acordo com a pesquisa TIC Domicílios de 2012, 2% das crianças entre 5 e 9 anos que acessam a internet já o fazem por tablets, sendo que a tecnologia ainda não é amplamente difundida no país, estando presente em apenas 4% dos lares brasileiros.
De olho nesse público, empreendedores estão lançando sites e aplicativos com conteúdo desenvolvido especialmente para crianças, preocupados com o desenvolvimento infantil e a segurança e também, claro, se aproveitando de uma oportunidade de negócio crescente.
Com mais de 19 mil downloads, o News-O-Matic é um jornal digital direcionado às crianças. As notícias são apresentadas em pequenas notas e com vocabulário adaptado ao público infantil.
O programa foi escolhido como o melhor aplicativo para ensino e aprendizado pela Associação Americana de Bibliotecas Escolares. "É a fase dos porquês. Tem assuntos que são difíceis de explicar, mas as crianças querem entender", explica Lilian Holtzclaw Stern, fundadora do aplicativo direcionado a crianças de 6 a 12 anos.
A curiosidade típica dos pequenos também pode ser sanada em um buscador próprio. O Zuggi é o primeiro site brasileiro de busca para crianças uma espécie de Google com algoritmos que bloqueiam o retorno de páginas com conteúdo inadequado. A fundadora da startup, Natália Monteiro, explica que a ferramenta é diferente dos filtros por palavras, pois o sistema entende termos com duplo sentido. "Se a criança buscar pela palavra melancia, ela provavelmente está querendo saber sobre a fruta, não sobre a mulher-melancia. A inteligência artificial do sistema consegue fazer essa diferenciação" afirma.
A ferramenta ainda não possui um aplicativo próprio para dispositivos móveis, mas o desenvolvimento está nos planos da empresa. Atualmente, explica Natália, o foco está na monetização. Por ser gratuito, o buscador é mantido com o apoio de instituições parceiras, mas a startup negocia contratos com escolas e governos para a aplicação do sistema nas salas de aula.
Regras
As empresas dos gadgets criaram algumas regras para os desenvolvedores de aplicativos para crianças e jovens. As normas foram criadas após uma série de notícias sobre crianças que gastaram milhares de dólares sem querer ao usar, principalmente, iPhone e iPads de seus pais.
Hoje os apps devem ter uma política de privacidade e não devem incluir anúncios comportamentais. A recomendação também diz que é preciso ter permissão dos pais para que o usuário acesse links fora do app ou realize compras. Os aplicativos ainda precisam ser classificados por faixa etária: 5 anos ou menos, de 6 a 8 anos e de 9 a 11 anos.
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