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Vestuário

Criatividade é arma para driblar a crise

Marca Picnicdelefante abriu a passarela ontem: delicadeza e ar retrô | Antônio Costa/Gazeta do Povo
Marca Picnicdelefante abriu a passarela ontem: delicadeza e ar retrô (Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo)

O conceito de "economia criativa" é pouco conhecido no Brasil, mas pode ajudar o setor de confecções a enfrentar a crise e a concorrência com produtos importados, principalmente da China. A opinião é da economista Lídia Goldenstein, que palestrou sobre o tema ontem, durante a 3ª edição do Paraná Business Collection – a primeira após o estouro da crise econômica mundial. "A garantia da indústria brasileira passa obrigatoriamente pelo caldo de cultura da economia criativa, porque ela está fundamentada em recursos intangíveis como criatividade, cultura e conhecimento, que não se esgotam nunca", explicou Lídia.

Ela considera que a criação de um polo dinâmico no setor cria condições de competitividade por meio da inovação e do fortalecimento de marcas e design, gerando empregos de melhor nível e remuneração e, como consequência, consumidores mais sofisticados e um mercado mais interessante, com diferenciais suficientes para se defender da ameaça chinesa."Precisamos pensar nossa indústria de confecção como algo moderno, que represente a cultura brasileira e ocupe o principal espaço nos cadernos de economia dos jornais."

Para o presidente do Sindicato da Indústria de Vestuário de Maringá e diretor da grife paranaense Chek, Carlos Pechek, as confecções mais afetadas pela crise foram exatamente as que trabalham com produtos de menor valor agregado. "Já marcas mais bem-estruturadas, que investem em peças diferenciadas e exclusividade, podem até passar por uma turbulência, mas logo recuperam o crescimento."

Carteira feminina

Em visita ao PBC pela primeira vez, a lojista Manuela Marin Lopes, proprietária da Body Sport, de Piracicaba (São Paulo), afirma que se surpreendeu positivamente com o showroom do evento. "Há poucas marcas expositoras, mas todas de excelente qualidade", opina a compradora. Ela acredita que a crise não trouxe grandes impactos ao seu negócio.

O mesmo é percebido por Eduardo Guimarães, representante comercial da marca londrinense de moda praia Lua Morena. "Noventa e cinco porcento da nossa clientela é feminina, e este público prefere parcelar mas não deixa de levar uma peça de roupa quando se apaixona por ela’, diz. Segundo o representante, os preços dos produtos da marca podem chegar ao dobro do custo de seus concorrentes, o que não compromete o volume de vendas.

Manuela Lopes, que é compradora da Lua Morena, diz priorizar produtos de qualidade e durabilidade superiores. "É esta qualidade que justifica eu cobrar da minha cliente R$ 180 em uma calça de ginástica.

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