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Tecnologia

Crimes cibernéticos abrem mercado para investigadores digitais

Se profissionais como legistas e papiloscopistas são necessários para comprovar evidências de fraudes ou para desvendar crimes, então quando o assunto é crime cibernético o envolvimento de técnicos na coleta de indícios digitais também é fundamental. É aí que entra a chamada forense computacional, especialização que abre um novo mercado para profissionais, desde técnicos em informática e analistas de sistemas até advogados das áreas cível e criminal - para citar alguns.

É o que explica Sthenio Luz, diretor da Axur Academy, unidade de treinamento da consultoria especializada em gestão de risco na era da tecnologia da informação (TI). Ao contrário do que muitos imaginam, explica o executivo, os dados digitais são tão importantes para instituições financeiras e grandes empresas quanto para microempresários, investigações trabalhistas e processos em varas de família, dentre outros.

- A pedido de uma parte interessada, os profissionais buscam indícios de eventos não autorizados. Esse trabalho envolve propriedade intelectual, discussão familiar ou mesmo trabalhista. Pode ser iniciado a partir de um e-mail falso, de um contrato, de uma idéia ou mesmo de um desenho. Se me perguntam que tipo de empresa solicita um perito, vou responder: todas - disse o executivo.

Segundo Luz, mais de 80% de todos os ativos de uma empresa estão armazenados em algum hardware ou são gerenciados por softwares. As técnicas de investigação digital - difundidas pela Axur através de cursos específicos - vão desde o controle da informação que circula em forma de bits até a coleta de evidências para um processo de perícia, incluindo o treinamento de pessoas que às vezes vazam informações internas sem sequer saber que o estão fazendo.

- Não formamos peritos porque não somos juízes, mas damos os instrumentos para quem quer se tornar especialista na gestão da informação. É o início para quem quer se tornar perito digital, que busca as evidências para associá-las como provas a um possível processo - esclareceu o executivo.

Quando o assunto é a informação estratégica das empresas, Luz conta que os funcionários ou profissionais ligados às corporações são os maiores responsáveis pelo vazamento de informações, ou "deslizes", como o executivo prefere classificar.

- Antigamente os crimes eram comandados à mão armada. Hoje o que vemos nos filmes, como gente fazendo transferências eletrônicas, é mais comum do que imaginamos. Funcionários imprimem documentos ou gravam CDs e levam para casa, ou usam celulares com câmera. De que adianta um prédio seguro se as pessoas não têm treinamento em segurança da informação? É preciso salvaguardar as evidências para que mantenham úteis para a investigação dos fatos - destaca.

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