A suspensão da Rússia por parte dos líderes do G8, grupo informal dos países mais desenvolvidos do mundo, pode beneficiar os produtores de carnes do Brasil. As indústrias nacionais de aves e suínos projetam ocupar os espaços abertos por outros mercados e aumentar as exportações de produtos de origem animal caso sanções econômicas sejam impostas ao país do presidente Vladimir Putin.
"A Rússia será um mercado que vai se reabrir para o Brasil. Não torcemos por guerra. Mas o que está acontecendo lá pode nos beneficiar", aponta Francisco Turra, presidente da recém-criada Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Nos últimos anos, a aproximação dos produtores brasileiros com a Rússia vinha ocorrendo aos poucos. No mês passado, o Serviço Federal de Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) liberou a compra de carne bovina de dois frigoríficos no Brasil, ambos localizados no Paraná. Com esse aditivo, hoje são 22 empresas habilitadas a fazer negócio com o país russo.
A aprovação das plantas faz parte do projeto russo de avaliar novos fornecedores, mesmo antes da crise envolvendo a Ucrânia. A Índia seria um potencial fornecedor da carne bovina, enquanto a China aparece como exportadora de suínos. Por conta do seu potencial para ampliar a produção no curto prazo, o Brasil poderia ocupar os três mercados bovino, suíno e frango.
A ABPA considera cedo fazer projeções de quanto a mais poderia ser exportado para Rússia. No ano passado, o Brasil enviou 135 mil toneladas de suíno - 6% a mais em relação a 2012 - e 53 mil toneladas de frango - queda de 28% no mesmo período - para o Kremlin. Os índices, considerados baixíssimos, esbarram nas restrições sanitárias impostas.
No Paraná, os negócios com a Rússia são praticamente insignificantes. As plantas estaduais de avicultura exportaram 6,6 mil toneladas no ano passado. No caso dos suínos, o negócio entre o estado e Moscou é nulo.
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