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Preocupação

Crise começa a afetar os emergentes, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, demonstrou neste sábado (15) preocupação com o contágio da crise para os países emergentes. Sem citar o Brasil, comentou a diminuição do crescimento nos últimos dados destes países e indicou que a estagnação do comércio internacional, que começa a afetar "ligeiramente" a China, pode acabar chegando ao país, ainda que o Brasil dependa menos do comércio externo do que a economia chinesa, ressaltou.

"São sinais importantes de que há uma deterioração do cenário", disse. "Os países emergentes, que até então estavam preservados, começaram a ser afetados por essa crise. Isso é sério porque daí a crise entra em um outro patamar".

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, lamentou a piora da economia mundial desde a última reunião da instituição em setembro. Ela disse que a degradação "toca nos emergentes". Segundo Christine, as perspectivas de risco para a economia mundial estão "mais sombrias".

Mantega defendeu que o reforço do FMI seja realizado via abertura de créditos em acordos bilaterais, entre países que precisem de ajuda e os que se dispõem a contribuir, intermediados pelo Fundo. "Reforçar a capacidade de recursos não significa necessariamente colocar dinheiro no Fundo, mas pode ser através da abertura de créditos, que poderão ser chamados pelo FMI caso seja necessário".

Ele lembrou que desde o último aumento da contribuição do Brasil, em 2008, o país ainda não precisou desembolsar todos os US$ 14 bilhões oferecidos: ainda restam mais de US$ 4 bilhões, que permanecem à disposição do FMI. A proposta foi apresentada aos demais países e não teria sido questionada.

"Mas antes disso, é preciso que os europeus coloquem os fundos que têm, resolvam os seus problemas, para depois nós entrarmos", disse Mantega.

O ministro destacou que o aumento dos recursos não poderia entrar em conflito com as reformas da instituição. O Brasil defende a permanência das reformas nas cotas, que dá mais participação aos emergentes.

O FMI pediu uma regulação mais coordenada dos bancos da zona do euro, para evitar que diferentes regulações aumentem a crise da dívida. Segundo Ajai Chopra, vice-diretor do Departamento Europeu do FMI, um sistema comum, com resoluções supranacionais, ajudariam a estabilizar o sistema bancário.

Em comunicado, a China afirmou que os emergentes deveriam adotar medidas flexíveis e eficientes para evitar a desaceleração e combater a inflação. E pediu aos desenvolvidos que acelerem a consolidação fiscal e reformas para ajudar na recuperação global.

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