Entre os analistas de mercado e especialistas do setor de petróleo e gás há uma preocupação de que a crise na petrolífera OGX, companhia com situação mais grave, atinja as outras empresas do grupo de Eike Batista. Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o mercado financeiro observa o "mundo X" como um único bloco, principalmente pela liderança centralizadora de Eike. Ainda segundo Pires, "há um receio de que uma empresa que tenha bom desempenho seja usada para recuperar outra que esteja em crise". Assim, a queda das ações da OGX poderia "contaminar" as outras empresas.
Pontal do Paraná
No Paraná, o braço nacional da empresa de engenharia marítima italiana Techint investiu, em 2012, R$ 300 milhões na retomada de seu canteiro de obras em Pontal do Paraná, motivada por um contrato de R$ 1 bilhão com a OSX. Segundo o acordo, a Techint construirá duas plataformas fixas de petróleo que serão usadas pela OGX para exploração na Bacia de Campos.
Em nota oficial, a Techint afirmou que a crise enfrentada pela petrolífera de Eike Batista não interferiu na construção das plataformas e não afetou o contrato com a OSX, que segue mantido. Atualmente, mais de dois mil funcionários trabalham na unidade de Pontal do Paraná.
Segundo Marcelo Colomer Ferraro, especialista em Petróleo e Gás da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a OGX garantiu que os contratos com a OSX serão respeitados. "Esse mercado de equipamentos para a área de petróleo e gás está muito aquecido no mundo. Acho que não haveria dificuldade de vender as plataformas no mercado, caso elas não sejam destinadas a OGX. A dúvida é se a OSX terá condições de manter o custeio do projeto das plataformas", disse Ferraro.