
A Vale informou ontem que a produção de minério de ferro, seu principal produto, caiu 25,9% no primeiro trimestre na comparação com o período de outubro a dezembro do ano passado. Segundo a companhia, a Vale tem enfrentado "redução de demanda sem precedentes" em razão da queda da produção industrial global.
A queda na produção de minério de ferro foi ainda mais acentuada na comparação com o primeiro trimestre de 2008, com redução de 37,1%. No total, foram produzidas 46,9 milhões de toneladas. A empresa paralisou as operações das minas com custo de produção mais elevado e menor qualidade.
Com a estratégia, a produção de Carajás (de baixo custo e qualidade elevada) passou a representar 43,3% do total no primeiro trimestre. Em igual período do ano passado, respondia por 32,5%.
No relatório divulgado ao mercado, a Vale afirma que, diante da recessão mundial, tem priorizado a flexibilidade nas operações e a redução de custos. A empresa foi particularmente afetada pelas quedas mais acentuadas na produção de aço nas Américas e na Europa. No ano passado, esses mercados representaram 47,5% de todas as vendas de minério de ferro da Vale.
Segundo Rodrigo Ferraz, do Brascan, com a paralisação temporária das operações, a geração de caixa da empresa será afetada negativamente. "Não acreditamos em uma melhora deste cenário no médio prazo [segundo ou terceiro trimestres de 2009], uma vez que não há sinais claros de recuperação da atividade mundial", disse.
Ferraz estima que os preços do minério de ferro serão reduzidos em 20%. Neste mês, a Vale anunciou que aceitou receber 80% à vista e 20% a prazo nos contratos de venda de minério de ferro de longo prazo.
Todo ano a empresa negocia com clientes um novo patamar de preços, que ainda não foi definido para 2009. Até agora, o preço de venda equivale a 80% do preço de referência de 2008.
Para Rodney Melhados, da corretora Planner, a queda na produção veio dentro das expectativas do mercado. Em outubro do ano passado, a empresa já havia anunciado a intenção de reduzir a produção de minério para se adequar ao cenário de crise. Segundo o analista, a produção menor também poderá ter efeito sobre a macroeconomia. "A Vale é responsável por boa parte do superávit da balança comercial."
Investimentos
Diante da crise, a Vale decidiu reduzir em 5% os investimentos previstos em logística até 2013. Se antes a intenção era destinar US$ 12 bilhões ao segmento, agora os recursos previstos somam um pouco menos, US$ 11,4 bilhões. De acordo com a Vale, a redução foi uma resposta à queda da demanda por minérios e metais, que levou à paralisação de algumas minas.
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