A crise atual é mais séria do que a de 2008 e as dificuldades com a dívida soberana na Europa podem levar a uma retração fiscal global e também a um aperto de crédito, disse o bilionário investidor George Soros.
O magnata dos fundos hedge disse que a seriedade da crise atual se deve ao fato da zona do euro não ter autoridade legal institucionalizada para lidar com os problemas do bloco. Soros ficou famoso por suas apostas contra a libra esterlina que resultaram num ganho de US$ 1 bilhão para o seu fundo de hedge Quantum.
O fundo de socorro da zona do euro - fundo europeu de estabilidade financeira, ou EFSF na sigla em inglês - é "apenas um embrião" que não tem a capacidade de gastar os recursos que coleta, disse no sábado Soros, durante encontros paralelos da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Mesmo afirmando acreditar que a turbulência da dívida soberana da zona do euro será finalmente superada, Soros disse que a "Grécia talvez não possa realisticamente evitar o calote da dívida". No caso de default da Grécia, é essencial que o sistema bancário europeu seja protegido e que o contágio para o resto da Europa seja evitado, disse ele.
Soros alertou para "severas consequências" para a economia global da atual situação das dívidas europeias que, combinada à desaceleração dos mercados emergentes e contração fiscal dos Estados Unidos, poderá levar "a um aperto fiscal e de crédito". Os bancos europeus retirando suas linhas de crédito em dólar para países emergentes, em razão de suas próprias necessidades de liquidez em dólar, é uma ameaça a economia mundial, disse Soros. As informações são da Dow Jones.