O nível de inadimplência do consumidor brasileiro cresceu 8% em 2008, uma alta de 6,3 ponto porcentual em relação a 2007, quando as contas sem pagamento aumentaram em 1,7%. Segundo a empresa de avaliação de crédito Serasa, a modalidade de dívida mais recorrente foi a adquirida junto aos bancos, apontada por 43,2% dos inadimplentes. Em seguida estão as dívidas com cartões de crédito e financeiras, responsáveis por 33,7%, os cheques devolvidos (27,2%) e títulos protestados (2,6%).
Os números referentes a dezembro mostram que o 13º salário não foi suficiente para o consumidor resolver suas pendências, uma vez que a inadimplência no mês passado subiu 2,5% em relação a novembro. Na avaliação do assessor econômico da entidade Carlos Henrique de Almeida, a diminuição da renda dos consumidores, afetada pela inflação em itens básicos, influenciou a alta do "calote". Ele também destaca o aumento dos juros básicos da economia, a Selic, que subiu 2,5 pontos porcentuais no ano, e a elevação dos juros devido às incertezas causadas pela crise financeira mundial. "Isso penalizou, principalmente, os consumidores assíduos na utilização do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito", explicou.
A concessão de crédito mais conservadora e com prazos mais curtos no último trimestre de 2008 também foi outro fator citado pelo economista, porque atingiu os consumidores dependentes de crédito para pagarem dívidas já adquiridas. Para o início de 2009, a tendência é de novos aumentos no nível de inadimplência. Isso porque o primeiro trimestre é marcado por contas sazonais como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar.
Décimo terceiro
De acordo com a Serasa, o comportamento de alta na inadimplência em dezembro é incomum, porque nessa época grande parte dos brasileiros destina o 13º salário ao pagamento de dívidas. Em dezembro de 2007 a inadimplência havia caído 1,5% em relação a novembro do mesmo ano.